Em meio a polêmica entre Codevasf e agricultores, Expo Pontal apresenta sua produção

por Carlos Britto // 02 de maio de 2019 às 12:31

(Foto: Divulgação)

A polêmica do Projeto Pontal, em Petrolina, está longe de acabar. Para as 450 famílias do local, o que tem é uma sobra de água que abastece 12 povoados, num curso de 35 km. Esse tema foi debatido na quarta-feira (1º) da primeira ‘Expo Pontal’ realizada em Lajedo, na zona rural da cidade. Agricultores aproveitaram a presença do prefeito Miguel Coelho para pleitearem ajuda, pois até o próximo mês de agosto, essa água deve ser cortada pela 3ª Superintendência Regional (SR) da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).

O evento expôs 80 tipos de frutas e derivados produzidos inteiramente na região. Ao todo, são 290 hectares cultivados manga, uva, goiaba, acerola, melão, entre outros. Segundo o presidente do Conselho de Usuários da Água do Sistema Perenizado (ConsuPontal), Averlangem Corcino, a ideia da Expo Pontal foi evidenciar a produtividade daquela área e os prejuízos econômicos que a ação do órgão federal traria para os pequenos agricultores.

Com a expectativa do Projeto Pontal [oficialmente Deputado Osvaldo Coelho] começar a operar em agosto, a Codevasf vem assumindo que vai cortar a vazão da água para essas 12 comunidades, alegando inclusive que, no programa inicial, não constava essas sobras. O problema é que se isso realmente acontecer, os agricultores dessa região vão perder tudo”, alertou.

O prefeito Miguel Coelho disse estar atento. Ele classificou de “inconcebível” a medida da Codevasf. “O volume de m3 das sobras é irrisório se comparado ao que é liberado hoje para todo o Projeto Pontal, que ainda não está funcionando. Lá a água está chegando, mas ainda não há produção; aqui está sendo produzido e estão querendo tirar a água. Isso é um contrassenso. Então nós vamos trabalhar junto a Aurivalter [Cordeiro – superintendente da 3ª SR] e junto a todo o corpo técnico para revermos isso”, garantiu o gestor.

(Foto: Divulgação)

Organização

Organizadores da exposição, o ConsuPontal e o Sindicato dos Agricultores Familiares (Sintraf) também levaram à Lajedo um professor agrônomo da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), Eliezer Saturbano, e um advogado previdenciário, Edvaldo Pereira, para falarem sobre ‘irrigação eficiente’ e ‘aposentadoria rural’, respectivamente.

Além deles, estiveram também no evento o deputados estaduais Antônio Coelho (DEM) e Dulcicleide Amorim (PT), o ex-prefeito de Petrolina e atual presidente do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), Odacy Amorim, o superintendente do Banco do Brasil, Eliezio Ferreira, vereadores (da base e oposição) e lideranças comunitárias. Segundo a Organização, a superintendência da Codevasf não enviou representante para a Expo Pontal.

Em meio a polêmica entre Codevasf e agricultores, Expo Pontal apresenta sua produção

  1. otavio disse:

    A maior perda do Pontal, foi o calote sofrido pelos donos das terras onde o Projeto está implantado. O calote foi aplicado quando o Projeto foi vendido para uma Empresa que nem do ramo da agricultura era, fato é que, tão logo essa Empresa alcançou os seus objetivos bem como de quem vendeu o Projeto, esse foi devolvido para a CODEVASF. Quanto a esses usuários fora do Projeto, a solução é a CODEVASF acionar um dos conjuntos motobombas apenas uma hora por dia, cerca de 3.900 m³, mais do que suficiente para a demanda dos 290 ha. O problema a partir daí vai ser como cobrar dos usuários por essa água. As duas Estações Elevatórias Principais tem 5 (cinco) conjuntos motobombas cada,. Dificilmente o Projeto absorverá os 5(cinco) bombeamentos ao mesmo tempo, só se toda a área do projeto estivesse sendo irrigada ao mesmo tempo o que é impossível, pois em algum momento haverá a colheita, logo não tem irrigação.

  2. AAAAA disse:

    Os que vem de fora de Petrolina tem direito de explorar a água do São Francisco e produzir em seus lotes, agora quem nasceu e cresceu aqui não tem direito de produzir nas suas terras. Cadê o incentivo para manter o homem no Campo?! O Projeto Pontal foi concebido para dar condições de vida aos sertanejos que viviam às margens do Riacho do Pontal, perenizando-o. Mudaram a concepção e com a venda dos lotes pela CODEVASF chegam para anunciar que vão cortar a água. A água do Canal do Pontal tinha que beneficias não só as 12 Comunidades citadas mas outras como a Caiçara, Lagoa dos Cavalos, Varginha e outras mais distantes como em Pau Ferro, levando água do São Francisco para o Açude do Vira Beijú, para que as pessoas possam produzir alimentos para o seu sustento e de suas famílias. Chega de enriquecer os empresários do Agronegócio e pessoas de outros estados e os que aqui nasceram ou que já residem aqui há muito tempo, e são os bravos sertanejos maltratados pela seca, que vivem na Caatinga, não terem oportunidade de usufruir das águas do Velho Chico para dar o sustento a suas famílias. Lutem aí pelo Povo de Petrolina Miguel Coelho, Antônio Coelho e demais que participaram e encapam esta luta!!!

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