Em formato de dança, lenda do Nêgo D’água estreará em Petrolina

por Carlos Britto // 15 de julho de 2024 às 21:37

Foto: André Amorim/diivulgação

Neste final de semana a riqueza, força e magia ribeirinhas vão se materializar no palco do Teatro Dona Amélia, no Sesc Petrolina, com a estreia do espetáculo de dança contemporânea ‘Nêgo D’água’. Criada e encenada pelo performer e coreógrafo André Vitor Brandão, com o incentivo do Fundo Pernambucano de Cultura (Funcultura), a montagem tem sessões gratuitas com apresentações às 20h na sexta (19) e no sábado (20), e às 17h no domingo (21).

O artista evoca encantarias e as memórias que habitam as águas do Rio São Francisco. Um ir e vir de movimentos com a naturalidade e força da correnteza. “A partir de um imaginário que conflui encanto e mistério, material e imaterial, a fluidez e o movimento constante fazem emergir outros corpos,  humanos e não-humanos, assentados nas cosmopercepções, nas lutas e resistências indígenas, negras e caboclas que coabitam os territórios ribeirinhos“, explica André Vitor.

A lenda do Negro D’água (ou popularmente Nêgo D’água) conta que o homem negro alto, com características de anfíbio, habita os rios, amedrontando pescadores que se negam a lhe oferecer presentes como peixes ou cachaça. Em Juazeiro (BA), a figura encantada ganhou uma homenagem, uma estátua cercada pelas águas do São Francisco, que se tornou cartão-postal.

O espetáculo é acessível em Libras (Língua Brasileira de Sinais) e tem classificação etária livre. A Direção Geral é de Jailson Lima; Dramaturgia, de Maria Thaís; Direção de movimento, de Renata Camargo; Figurino, de Pedro Gilberto; Confecção de figurino, de Sandra Lira e Roberta Costa; Cabelo de Mel, Nascimento/Braids Mel; Designer gráfico, Giovanni Peixoto; Fotografia subaquática, de James Jhonatan; Fotografia de cena, de Rubens Henrique e André Amorim; Trilha sonora original, de Gean Ramos Pankararu e Pedro Pankararu; Voz off, de Seu Manoel; Percussão, de Candyce Duarte; Iluminação, de Fernando Pereira; Cenografia, de Coelhão; Assistentes de cenografia, Santiago, Cailane e Luiz de Melo; Marcenaria, de Murilo Carvalho; e Produção, de Alan Barbosa/Ateliê da Voz.

O artista

André Vitor Brandão (@andrevitorb) é performer e coreógrafo residente em Petrolina. Ele tem investigado de que maneira a dança produzida na região do Vale do São Francisco desenvolve metodologias decoloniais de ruptura com as imposições e opressões históricas que atuam sob a região. Para tal, pesquisa cosmologias, resistências, estéticas, historicidades e memórias acerca desse território. É Doutorando em Formação de Professores e Práticas Interdisciplinares (UPE) Mestre em Educação, Cultura e Territórios Semiáridos (Uneb), especialista em Dança Educacional e Artes Cênicas pela Faculdade São Fidelis e licenciado em Artes Visuais pela (Univasf). Também é assistente de direção e dramaturgista da Qualquer um dos 2 Companhia de Dança em Petrolina. (Texto: Fabiano Barros/para o Blog)

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Últimos Comentários

  1. So os nutela chama o periodo de 64 de ditadura! Ditadura ta hoje, e pior, ditadura do judiciario, a pior…