Em entrevista, Antonio Coelho comenta “fadiga de material” do PSB e expectativas de colaborar com Raquel

por Carlos Britto // 22 de novembro de 2022 às 08:25

Foto: divulgação

Deputado estadual reeleito, Antonio Coelho (União Brasil) concedeu entrevista ontem (21) ao programa Folha Política, da Rádio Folha FM 96,7. Durante meia hora, Antonio comentou vários assuntos já cercados de muita expectativa, a exemplo do futuro Governo Raquel Lyra e de como será a relação do seu partido com o terceiro Governo Lula.

Confiram alguns trechos da entrevista:

Fim do PSB

Depois de 16 anos no poder, o PSB não conseguia mais apresentar propostas coerentes para a população pernambucana que pudessem tirar o estado desse grande marasmo de desenvolvimento econômico. Os índices de Pernambuco foram muito lamentáveis ao longo dos últimos anos: a pior malha viária do Brasil, o pior estado para se empreender, uma das maiores taxas de desemprego de toda a Federação. Isso tudo provocou um sentimento de reflexão na população pernambucana, que foi buscar uma alternância, uma mudança de poder.

Raquel Lyra

Estarei, com certeza, contribuindo com a futura governadora. Ela pode contar comigo dentro de sua base de apoio na Assembleia Legislativa. Já tive o privilégio de apoiá-la no segundo turno das eleições. Existem diversas convergências programáticas no que ela apresentou em sua campanha e do que apresentei na minha, mas principalmente do que eu defendi ao longo dos últimos quatro anos.

Líder do governo?

É uma decisão completamente da mão da governadora. Seria uma grande honra ser o líder do governo de Raquel Lyra, mas é algo que ainda vai ser construído mais à frente.

Compesa

A governadora (Raquel Lyra) defendeu a pauta de fazer a concessão dos serviços da Compesa. Isso, na minha concepção, é algo estratégico para Pernambuco porque tem a potenciabilidade de levantar bilhões, talvez dezenas de bilhões de reais de investimentos no estado. Isso poderia ser uma grande marca do governo Raquel Lyra e inaugurar um novo capítulo de mais investimentos públicos e privados no Estado.

Malha viária

Defendo um modelo como o do Estado de São Paulo, onde diversas rodovias são concedidas, privatizadas, e a gente tem os investimentos que são importantes. De que adianta manter a BR-232, por exemplo, dentro do patrimônio de Pernambuco, mas cheia de buracos, sem o devido cuidado. O estado de Pernambuco já investe tão pouco, vai querer assumir para si essa responsabilidade de manter, avançar e modernizar a nossa malha viária? É muito melhor atrair o capital privado com todo o interesse de manter a BR-232, fazer a duplicação, estender essa duplicação. E isso vai ser possível para viabilizar diversas outras rodovias.

Raquel com a Alepe

Tenho as melhores perspectivas. A governadora, nesse encontro que ela teve com os deputados estaduais, encontrei uma pessoa disposta a ouvir, que estava sendo atenciosa com todos os parlamentares. Ela apresentou projetos importantes. Eu acho que vai ter boa convivência, uma simbiose entre o poder executivo e o legislativo para que a gente possa corresponder às expectativas do povo pernambucano, que exige e merece de todos nós uma atuação comprometida, um trabalho determinado para virar a página e garantir mais oportunidade para toda nossa gente.

Miguel Coelho

Miguel fez uma contribuição importantíssima para o debate democrático nas eleições deste ano. Ele se apresenta para todo Pernambuco, saiu do menor colégio eleitoral, que é o Sertão, para se apresentar por nosso estado. Por uma pequena diferença de votos não conseguiu uma vaga no segundo turno, mas a gente teve a convicção que naquele momento a melhor candidata era Raquel Lyra. E felizmente ela pôde crescer a sua votação de forma muito expressiva no Sertão e em tantos outros colégios eleitorais os quais Miguel teve apoio e votações importantes no primeiro turno.

Miguel no governo eleito

É uma decisão exclusivamente da governadora eleita se Miguel pode ocupar (uma secretaria) ou poder contribuir para o estado de Pernambuco de alguma forma. Agora, a minha avaliação é que ficou comprovado que Miguel é um dos quadros da política pernambucana: fez uma grande gestão como prefeito, demonstrou ser um bom candidato, que pode contribuir para o estado. Tenho certeza que, se não agora, lá na frente ele vai poder contribuir, fazer novas contribuições para o estado de Pernambuco.

PPP da Compesa

É uma situação a ser investigada porque acho que esse foi um dos piores casos de PPPs daqui, porque todos os cronogramas foram estourados e não se cumpriu o que foi acordado. Isso não pode se repetir. Temos que ter uma fiscalização maior. Eventuais novas PPPs têm que ser feitas em outro modelo para que a gente possa garantir realmente que exista um investimento privado para mudar a vida das pessoas.

Protestos pós-eleições

A partir do momento em que movimentos da direita cerceiam o direito de ir e vir do cidadão, que bloqueiam rodovias, estamos fazendo um desserviço a todos nós que militamos no campo da direita, que defendem um estado mais enxuto, que respeite a propriedade privada. A gente estaria dando uma grande munição para a esquerda nesse momento. A gente respeita os protestos, numa democracia, ganha um, perde outro, e claro que ninguém gosta de perder. A gente fica chateado, mas faz uma introspecção, uma avaliação interna para que possa ganhar uma próxima eleição.

Direita I

Ficou comprovado que a direita é um movimento forte, que a gente existe aqui no Brasil, que existe uma pluralidade muito grande da população brasileira que defende valores conservadores na família, que defende valores liberais na área econômica, pessoas que zelam pelo direito de segurança da população, que têm a propriedade privada como sagrada, que defende a economia de mercado como um verdadeiro caminho para se gerar mais oportunidades e mais renda, que têm essa postura mais nacionalista de defender os interesses brasileiros perante o estágio do cenário global. Tudo isso vai perdurar.

Direita II

A direita fez uma bancada muito expressiva na Câmara Federal, no Senado Federal, elegeu governos importantes por todo o Brasil. Eu tenho certeza que nós teremos todas as condições de chegar forte em 2026 para apresentar, mais uma vez, um projeto de direita para o Brasil.

Lula

Meu pai foi líder do governo Bolsonaro e nós o apoiamos no segundo turno dessas eleições. Não existe esse espaço, essa oportunidade de fazer essa aproximação (com Lula). As minhas bandeiras são de direita, eu enxergo essa distância ideológica e filosófica imensa entre nós e o presidente Lula. Agora, vamos aguardar o tipo de governo que ele vai querer fazer. Se ele for fazer um governo mais conciliador, mas ortodoxo na economia como ele fez no seu primeiro mandato, certamente vai ter o apoio de deputados do União Brasil para aprovar pautas importantes. Só porque somos da oposição não quer dizer que a gente não vai respeitar ou manter o diálogo institucional e que eventualmente não vote nas pautas que são importantes para a população brasileira.

Petrolina em 2024

Simão Durando (prefeito de Petrolina) é o candidato natural à reeleição. Ele está dando sequência ao trabalho iniciado por Miguel (Coelho), tem feito esse papel com louvor, já está formando sua própria identidade e vai ter toda a capacidade de dar sequência a grandes projetos que já estavam engatilhados, mas também buscar novas oportunidades para Petrolina. O direito à reeleição é algo muito pacificado, natural na política brasileira. Eu tenho certeza que ele vai poder contar com o apoio do União Brasil e de todo o nosso grupo.

Em entrevista, Antonio Coelho comenta “fadiga de material” do PSB e expectativas de colaborar com Raquel

  1. Antonio Marreco disse:

    Seu pai, que se aposentou da vida política, se definia como sendo de centro, agora vem assumir a condição de Direita, vamos aguardar os próximos passos.

  2. Francisco disse:

    Eu quero ver é quando ela assumir. Governo mesmo é depois da posse. Esse negócio de que se mostrou isso e aquilo, antes da posse, não conta. No mais, a primeira loucura dela, se ocorrer, e pô- lo como liderança do governo. Aí, é demonstração de imaturidade, é não ter noção do perigo que passará a correr. A verdade é a seguinte: se trouxer a coelhada para o governo, com a rara exceção de Guilherme, será só mais um governo igual a qualquer outro. Nada de novo. É a continuação do fim.

  3. Realista disse:

    Tomara q a governadora não escute o deputado com relação a privatização da BR. Quem vai de carro a Recife e Salvador sabe q de Caruaru a Recife e Feira a Salvador são duplicados, sendo q a BR da Bahia tem pedágio. Mas a realidade é q a BR pernambucana é muito melhor q a Baiana. Então pra q privatizar? Ja pagamos impostos demais.

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