Durante solenidade em homenagem às mulheres na Casa Plínio Amorim, presidente do Sintraf diz que reforma da Previdência prejudicará trabalhadoras rurais

por Carlos Britto // 13 de março de 2019 às 18:25

Foto: Ascom Sintraf/divulgação

A presidente do Sindicato dos Agricultores Familiares de Petrolina (Sintraf), Isália Damacena, aproveitou a solenidade de ontem (12) na Casa Plínio Amorim, alusiva ao Dia Internacional da Mulher, para criticar a reforma da Previdência proposta pelo Governo Bolsonaro. Segundo ela, as mudanças prejudicarão as trabalhadoras do campo.

O projeto traz a possibilidade de a mulher aposentar-se igualmente ao homem, com a mesma idade. Para as agricultoras é ainda mais complicado, porque não considera que a mulher possui jornada tripla: dona de casa, mãe e trabalho do campo”, alertou. “O sol ardente do nosso sertão nordestino e o trabalho braçal tornam 10 anos o dobro para uma agricultora“.

Isália ressaltou ainda que a reforma da Previdência não considera fatores biológicos intrínsecos à mulher, que a partir dos 45 anos passa por mudanças físicas, com possível aumento nos problemas de saúde, “o que minora suas condições de vida, assim como suas oportunidades no mercado de trabalho“, pontuou.

Ainda na sessão, a dirigente apresentou dados das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), em que, segundo ela, “expõe de vez a desigualdade velada ou escancarada contra as mulheres“. Em levantamento do órgão, foi indicado que apenas 30% dos proprietários de terras são mulheres e somente 10% delas têm acesso ao crédito; mais raro ainda, com pífios 5%, são as que conseguem assistência técnica para lograrem êxito em sua produção.

Evitando se limitar “ao denuncismo“, Isália chamou atenção das autoridades presentes na Casa Plínio Amorim para que se faça uma reforma equilibrada, respeitando as características das mulheres e homens do campo, ao mesmo tempo em que sejam promovidas políticas públicas de garantia à autonomia das mulheres rurais.

Violência

Ela ainda abordou a violência contra a mulher nas áreas rurais, a desigualdade de gênero e as disparidades econômicas em relação aos homens, a sindicalista preferiu concentrar fogos nas novas regras da aposentadoria – mudanças como a da idade mínima de 60 anos, que têm levado agricultoras ao sindicato em busca de alguma orientação.

O evento, requerido pela vereadora Cristina Costa, também contou com a presença da vice-prefeita Luska Portela; da representante da Polícia Civil (PC), delegada Sara Machado; da coordenadora da Patrulha Maria da Penha, Maria Aparecida Ferreira; da gestora executiva da Fundação Nilo Coelho, representando Letícia Leda; das agentes da Guarda Civil Municipal (GCM); entre outras autoridades femininas.

Durante solenidade em homenagem às mulheres na Casa Plínio Amorim, presidente do Sintraf diz que reforma da Previdência prejudicará trabalhadoras rurais

  1. Paulo rogerio de araujo disse:

    Acorda desde quando no Brasil as leis favorece pobre e trabalhador.

  2. Natália disse:

    Ou o Brasil faz a reforma da previdência agora, ou não vai ter dinheiro para pagar os aposentados no futuro. Tudo isso devido à má administração do dinheiro público nas gestões anteriores…

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