Delegado da PCPE em Petrolina revela média de 50 denúncias de golpes virtuais por mês e faz alerta

por Antonio Carlos Miranda // 24 de novembro de 2021 às 10:14

O surgimento da Covid-19 não trouxe apreensão apenas quanto aos cuidados de se prevenir contra a doença. Foi durante o período mais crítico da pandemia, com a intensificação de medidas restritivas, que os estelionatários se aproveitaram para praticar crimes que, atualmente, representam um grande desafio para as autoridades policiais. Em Petrolina, o número de cidadãos vítimas de golpes virtuais mobilizou a Polícia Civil de Pernambuco a deflagrar a Operação ‘Contra Golpe’ na semana passada.

A iniciativa consiste na divulgação de uma cartilha ilustrativa, produzida pela Diretoria Integrada do Interior (Dinter) 2 com várias dicas de como evitar cair nesses crimes.

Em entrevista ao Blog, o delegado Gregório Ribeiro, titular da 214ª Circunscricional, explicou que esse tipo de denúncia já estava sendo corriqueira na cidade. Porém, com o início da pandemia, esse cenário deixou a polícia em alerta. “A gente hoje tem uma média de 50 boletins de ocorrências/mês só de estelionatos, golpes praticados pelas redes sociais”, revelou.

De acordo com Ribeiro, os criminosos cibernéticos estão sempre “se reinventando” para tentar driblar a polícia. No entanto, as autoridades conseguiram separar os principais golpes em que pelo menos 80% dos cidadãos, segundo ele, costumam ser vítimas. Um deles é praticado via WhatsApp; o outro é o do motoboy (quando o golpista se passa por gerente de banco e diz à vítima que seu cartão foi clonado e está enviando um motoboy à residência da mesma, a qual ainda é orientada a colocar a senha atrás do cartão). E o maior de todos: o do intermediário do aplicativo de compra e vendas OLX, pelo qual o estelionatário consegue ludibriar, ao mesmo tempo, vendedor e comprador do produto. “Já vi casos de R$ 70 mil perdidos”, afirmou o delegado.

Parceria

O titular da 214ª Circunscricional frisou ainda que a parceria com as polícias de outros Estados é crucial para a resolução dos casos, em virtude da natureza dos crimes pela internet. “A gente não conseguiria chegar nos autores com celeridade que os casos exigem”, pontuou. Ribeiro destacou que, apesar das dificuldades, a PCPE em Petrolina já conseguiu dar respostas à sociedade prendendo acusados nesse tipo de crime.

Outro detalhe a favor das autoridades policiais, segundo ele, é que a pena para os golpes virtuais foi aumentada por decisão do Congresso Nacional após período mais crítico da pandemia. Antes disso, a punição era de um a cinco anos, e ainda assim dificilmente alguém era preso. Agora passou para o mínimo de 4 anos, podendo chegar a 8 anos de reclusão. A dica básica deixada pelo delegado Ribeiro para uma pessoa não ser vítima desses criminosos é “desconfiar sempre”. Mas caso o golpe se consumar, ela deve fazer a denúncia o quanto antes na delegacia.

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