Curta-metragem sobre atual situação do Velho Chico que será lançado pelo IRPAA neste domingo promete dar “choque de realidade”

por Carlos Britto // 02 de outubro de 2015 às 17:05

Foto: reprodução

Comunidade riberinha de Xique-Xique onde sai o canal do perimetro Baixio de Irece - 26.08.15Para “incomodar” um pouco o olhar e despertar a opinião das pessoas acerca da situação atual da Bacia do São Francisco e a perspectiva para um futuro próximo, o Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA) produziu um curta-metragem que será lançado nas mídias sociais do instituto, neste domingo (4), data em que se celebra os 514 anos do rio.

Com imagens de diferentes situações em que o rio se encontra atualmente, acompanhadas de trilha sonora, o curta apresenta em cinco minutos diversos fatores e consequências que vêm contribuindo para um futuro incerto para os 504 municípios que fazem parte da Bacia, e, consequentemente, para o País. As marcas de trechos secos do Lago de Sobradinho, por exemplo, aparecem como um “choque de realidade”, e despertando o espectador para a possibilidade real de uma morte anunciada do São Francisco.

A intenção do vídeo, segundo o IRPAA, é também reafirmar a urgência de ações políticas em favor do São Francisco vivo, o que já vem sendo defendido pelo instituto e um conjunto de organizações que, há 10 anos, integram a Articulação Popular São Francisco Vivo.

Municípios

Os municípios baianos de Barra, Xique-Xique, Sento Sé, Pilão Arcado, Remanso, Sobradinho, Juazeiro, todos no norte baiano, além de Petrolina (em Pernambuco), que fazem parte do médio e submédio São Francisco, aparecem no documentário, representando o centro da Bacia, onde se concentra uma série de intervenções humanas que contribuem para o estado preocupante do rio.

No próximo domingo (4) o vídeo estará disponível no canal do Irpaa no Youtube e nas redes sociais da instituição para amplo acesso e divulgação. Cópias também poderão ser solicitadas para exibição em eventos durante a semana e sempre que houver oportunidade de apresentar esta discussão. (foto/divulgação)

Curta-metragem sobre atual situação do Velho Chico que será lançado pelo IRPAA neste domingo promete dar “choque de realidade”

  1. Luis Fernando disse:

    Devemos olhar a situação do São Francisco com maior atenção, pois a seca por um período prolongado pode causar um colapso para a economia da região, extremamente dependente da agricultura irrigada. É hora de tentar diversificar a economia da região e buscar alternativas para reduzir esta dependência. Há dois distritos industriais subaproveitados em Petrolina e Juazeiro. A região tem uma boa localização geográfica bem no meio da região nordeste e as estradas (ainda) estão relativamente boas. Ainda temos que pensar que há mais municípios no curso do rio e a água é um direito desses também.

  2. Pacato Cidadão disse:

    Meu caro Luiz Fernando. Até hoje, mais de 500 anos de descoberta do rio São Francisco, pouco mais de 90 m3 foram autorizados pelos órgãos oficiais. É o que oficialmente se retira de água do rio. Hoje o Velho Chico está com vazão de 900 m3 a partir da barragem de Sobradinho. É falácia de quem culpa os irrigantes pela degradação do rio. Só para vc ter uma idéia, os canais da transposição do rio São Francisco têm juntos potencial para retirar 127 m3 de água. Mais do que tudo que se retira do rio hoje, da nadcente a foz.

    1. Luis Fernando disse:

      Acredito que usar 10% do volume de água de um rio tenha uma certa relevância, não? Se a transposição estivesse funcionando seriam mais 14% de águas desviadas de seu curso natural. Acha isso pouco?
      Mas eu não falei contra os irrigantes. Apenas sugeri diversificar a economia da região atraindo empresas de outros segmentos. É para somar e não dependemos tanto da agricultura.

  3. Analista de dados disse:

    Há questão é complexa. A agricultura irrigada tira um volume considerável sim. E uma partr considerável vai para beneficiar mais a concentração de renda na mão de poucos. Era para a agricultura irrigada aqui ter ficado focada na agricultura familiar, gerando muitos alimentos diferentes para nosso consumo e não como é hoje, plantando praticamente só uva e manga para exportar. Isso não tem lógica. Apenas depois de nos abastecer é que poderiamos investir nesse tipo de negócio.
    As pessoas, municipios e indústrias sabem o que fazer. O que falta é fazer. Londres conseguiu recuperar o Tamisa limpando e reeducando qs pessoas. Nós também podemos recuperar nosso rio.

    1. Racionalista disse:

      Concordo. A questão é complexa. E se sabe o que se deve fazer a anos. Por exemplo. As barragens, já se sabe por estudos feitos, faz com que o rio fique mais parado, fazendo com que tenha menos força para empurrar os sedimendos e aumentado o açoriamento com o desmatamento das margens.
      Qualquer recurso renovável que se tira mais do que se recupera, vai diminuindo até acabar.
      A irrigação tem perda de água por ineficiência e evaporação.
      As concessionárias tem que parar de jogar esgotosne as indústrias tambem.
      As pessoas tem que parar de jogar lixo.
      Tem que ser feito a dragagem. Custosa e demorada. Mas tem que ser feita.
      Em uns 10 a 20 anos, com essas medidas e as pessoas sendo reeducadas para não desperdiçarem.

      1. Racionalista disse:

        O rio será recuparado e teremos peixes novamente. Basta cuidar.
        Secas longas são cíclicas. Assim como períodos em que chove demais. São processos naturais.
        Bom dia a todos.

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