Críticas e farpas marcam audiência do transporte público na Câmara de Petrolina

por Antonio Carlos Miranda // 29 de março de 2023 às 20:53

Foto: Nilzete Brito/Ascom CMP

A audiência pública que debateu na Câmara Municipal de Petrolina, na manhã desta quarta-feira (29), a questão do transporte coletivo da cidade teve todos os ingredientes esperados para a discussão – além das novas trocas de farpas entre o presidente da Mesa Diretora, vereador Aero Cruz (MDB) e seu colega de Legislativo, Professor Gilmar Santos (PT), autor do requerimento que propôs a audiência. Com um plenário tomado em boa parte por estudantes, o reajuste da tarifa foi um dos principais assuntos colocados em pauta.

As críticas se deram não apenas porque o valor saiu de R$ 4,10 para R$ 5,00. Os participantes da audiência alegam que a qualidade do serviço oferecido aos usuários de ônibus na cidade deixa a desejar.

Paolo Presta, presidente da União dos Estudantes de Petrolina, reivindicou ainda a implantação do Passe Livre, prometido pelo então prefeito Miguel Coelho, e a ‘Tarifa Zero’ – como já existe na cidade de Caucaia (CE), do mesmo porte de Petrolina.

O clima chegou a ficar tenso após o líder estudantil pedir espaço para um esclarecimento, que foi negado pelo presidente. Aero, inclusive, já havia pedido respeito a alguns vereadores criticados por Paolo em virtude de terem se ausentado do debate, os quais justificaram oficialmente o motivo. Professor Gilmar tentou interceder pelo representante da Uespe, mas Aero foi firme, pedindo para que o vereador “deixasse de se aparecer”, caso contrário encerraria a audiência. Gilmar, porém não deixou barato, tachando o presidente de “autoritário”.

Entre protestos e aplausos, a audiência transcorreu até o final. Entre os vereadores, Ronaldo Silva (PSDB), que apelou a Aero para continuar a audiência, lembrou ter sido o primeiro a acionar o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) contra o que considera “aumento abusivo” da tarifa.

Convidado para o debate, o gestor da Autarquia Municipal de Mobilidade (AMMPLA), Franklin Alves, defendeu inicialmente o prefeito Simão Durando por sua ausência no debate, já que ele tinha compromissos agendados anteriormente. Sobre o reajuste da tarifa, Franklin argumentou que o contrato firmado com a atual concessionária, em 2016, leva em conta itens como salário do motorista, taxa de depreciação do veículo, combustível e índice ao consumidor. O gestor da AMMPLA fez questão de ressaltar também que Petrolina, ao contrário de outros municípios no país, não tem subsídios para o setor, o que acaba encarecendo o preço da passagem. Ele lembrou ainda que a prefeitura já enviou à Casa uma proposta de subsídio, mas não foi aprovada.

Outra convidada para a audiência, a representante da 4ª Promotoria do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Ana Paula Nunes Cardoso, citou a representação feita por Ronaldo Silva e, a partir daí, deu um prazo ao município para se manifestar. Ela revelou ter solicitado uma análise contábil que justificasse o percentual do último reajuste, mas recebeu apenas “tabelas com valores, mas não foi um relatório contábil”, disse.

Sugestões  

Ao final, algumas propostas foram apresentadas, a exemplo da criação de um fundo municipal de transporte, que seria responsável por receber um percentual arrecadado com a Zona Azul. Uma parte desses recursos iria para implantação de novas ciclovias, e outra para arcar com a ‘Tarifa Zero’ no transporte público. Autor da audiência, Professor Gilmar pediu à AMMPLA que revise o contrato firmado com a concessionária, a fim de beneficiar os usuários de ônibus da cidade. Ele também sugeriu a criação de um Conselho de Transporte, que seria responsável por deliberar sobre vários assuntos – incluindo a mobilidade.

Críticas e farpas marcam audiência do transporte público na Câmara de Petrolina

  1. Defensor da liberdade disse:

    Os valores são sim absurdos. É o segundo aumento em apenas 2 anos, se juntar inflação, aumento de salários, insumos, etc, mesmo assim não justifica um aumento de quase 40% em apenas dois anos. A maior prova que isso não se sustenta é que na cidade vizinha o aumento foi de apenas 11%, sendo o custo de insumos iguais por se tratar da mesma região. Há outros agravantes: em Caucaia a passagem é de 3,75, com população similar a de Petrolina. Igualmente para Caruaru. Indefensável esse aumento, que já deveria ter sido barrado na justiça.

  2. Josefa Maria disse:

    Vai dar em nada. Aposto e ganho.

  3. Valdir Maurício Gomes disse:

    Todos nós sabemos que a maioria desses vereadores só sabem dizer amém ao executivo municipal,agora eles abram o olhos porque o ano que vem terá eleições municipais então será a hora de dar o troco nesses canalhas

  4. Pantaleao Veloso da Silva disse:

    Petrolina e uma cidade.de homem e mulheres inteligentes. para o ano tem eleição, acabou o voto de tapinha nas costas,chega de falsidade, e covardia,p

  5. Ednaldo disse:

    E desde quando, somos obrigados a pagar a depreciação de ônibus de empresas? Os carros de particulares se depreciar, os donos ficam no prejuízo.

  6. Maria disse:

    Infelizmente o povo vai reeleger esses mesmos e se tirar algum vereador vai ser para colocar um pior.

  7. Defensor da liberdade disse:

    Está na cara que foi um acordo. Ninguém compra 80 ônibus novos e põe para rodar com o mesmo valor de passagem. Isso não existe. Alguém fez lobby e ganhou muito com isso. Está na hora de uma investigação policial, investigar telefonemas, e-mails, tudo o que se referir a essa concessão, pois o aumento está muitas vezes acima da inflação.

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