Coluna do Blog

por Carlos Britto // 30 de maio de 2018 às 07:00

A greve dos caminhoneiros e uma conhecida ameaça para fruticultura do Vale

A greve nacional dos caminheiros contra a alta nos preços de combustíveis completa dez dias nesta quarta-feira (30). Porém, mesmo se acabasse hoje, está deixando e vai deixar ainda mais prejuízos gigantescos para a economia do Vale do São Francisco.

Não bastassem os produtos se estragando, uma grande ameaça à fruticultura volta à baila. A mosca-da-fruta, tão combatida por órgãos da região,  pode se proliferar e dar mais dor de cabeça aos empresários do setor.

Informações recebidas pelo Blog dão conta de que poderá haver uma explosão de mosca das frutas no Vale do São Francisco, já que cargas de goiaba e acerola estão sendo descartadas sem nenhum critério. Também existem diversos pomares de manga que não estão sendo colhidos, e as frutas maduras estão se perdendo, formando gigantescos criatórios de mosca.

No entanto não se vê um órgão, quer seja federal ou estadual com essa preocupação (leia-se, fiscalização) quanto a esse grave problema.

É hora do Ministério da Agricultura, Adab e Adagro e dos próprios produtores se atentarem para essa questão, antes que esse mal se torne irremediável.

APLB manifesta preocupação

A APLB Sindicato/Delegacia do Baixo e Médio São Francisco, em Juazeiro (BA), divulgou nota sobre a greve dos caminhoneiros e manifestou “preocupação com a atual situação de desabastecimento e insegurança que ora se instalou no País e que reflete de forma intensa em nossa cidade com a falta de combustível e de diversos itens básicos de alimentação”. A entidade sindical ainda orienta a continuidade das atividades laborais, nesta quarta-feira (30), como forma de manter “a segurança dos alunos, professores, funcionários e todos os envolvidos na educação”.

Crise contratada

O senador Armando Monteiro (PTB-PE) culpou o governo pela alta de preços do óleo diesel que provocou a crise da greve dos caminhoneiros. Em debate com o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), o petebista disse que o governo adotou uma política de choque de preços dos combustíveis num momento absolutamente inoportuno, de desaceleração da economia. “Esta crise já estava contratada. Para resolver o problema do endividamento da Petrobras, que era dramático, o governo endereçou à sociedade uma política de preços maluca do reajuste dos combustíveis, absolutamente imprevisível, numa conjuntura econômica de baixa demanda”, declarou.

Mais uma audiência

A Comissão pela Pavimentação da PE-630 realizará a sexta audiência popular para reivindicar a pavimentação da rodovia. Desta vez o debate acontecerá no próximo dia 9 de agosto. Com a campanha eleitoral fervilhando, diga-se de passagem.

Caminhoneiro e governo baiano

O movimento nacional de caminhoneiros e carreteiros, que cobra do governo federal ajustes na política de preços dos combustíveis, foi recebido por representantes do Governo da Bahia nesta terça-feira (29). Os 11 motoristas autônomos estiveram na Secretaria de Relações Institucionais (Serin), onde receberam do Estado a garantia da suspensão da cobrança do pedágio sobre o terceiro eixo dos caminhões, quando vazios. Outros pontos foram apresentados aos representantes do governo estadual; no entanto, as pautas são de responsabilidade do governo federal. Ainda foi reafirmado o compromisso de manter o diálogo de uma forma mais ampla, com uma mesa de negociações permanente.

Reforma mais ampla

Ampla reforma tributária, com menos impostos ao setor produtivo e maior taxação dos mais ricos, além de uma política de preços de combustíveis que não esteja sujeita à volatilidade do câmbio e aos preços internacionais do petróleo. Este foi o caminho defendido ontem (29) pelo senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) ao ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, para a solução do desabastecimento ocasionado pela greve dos caminheiros, que afeta a rotina da sociedade e a economia nacional. “O brasileiro está dando um sinal claro que não suporta mais esta carga fiscal elevada”, destacou Fernando Bezerra, durante audiência pública nas comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e de Serviços de Infraestrutura (CI) do Senado.

Coluna do Blog

  1. Valdemar Bastos disse:

    Com relação ao criatório de moscas das frutas será um tremendo baque na economia da região pois, se não combatidas, não poderemos exportar para os Estados Unidos e Mercosul. O escoamento das frutas para mercado interno e Europa não corresponderão – em termos financeiros – aos números almejados.
    Portanto, sugiro imediata atenção de todas as autoridades para esse problema seríssimo.

  2. Taiane disse:

    Trabalhei no censo agropecuário 2017 (outro/2017 a fev/2018) e esse problema relacionado ao descarte das frutas não está acontecendo só agora. No período do censo vi carradas de frutas (principalmente manga) jogadas em estradas e no meio das roças. E o descarte estava sendo feito pq os preços estavam extremamente baixos e não tinha comércio p toda a produção.. não tinha p quem vender. Será que só agora a mosca da fruta vai acabar com tudo? Há muitos anos os produtores jogam carradas de frutas no lixo! Digo isso não só por a experiência que tive trabalhando no IBGE, mas tb por ser filha de produtor e já ter vivido de perto situações em que as plantas estavam carregadas de excelentes frutos, mas não tinha p quem vender. A culpa não é de uma greve e a mosca da fruta existe desde que me entendo por gente. A culpa é do Governo que não facilita p ninguém, principalmente para os produtores.

  3. Hélio S. Barros disse:

    Realmente a greve dos caminhoneiro – a qual deveria ser de todos os brasileiros e não apenas deles – vai influenciar ligeiramente no aumento da população da mosca-das-frutas. Todavia o Vale do São Francisco vem há muitos anos sofrendo com essa mazela e, só agora, a mídia da desinformação quer atribuir um velho problema a causas atuais. Sou técnico agrícola há mais de 10 anos e sempre vi, de forma cíclica, safras e mais safras das mais variadas frustas serem deixadas nas roças, não por falta de quem as transportes, mas por falta de preço e empenhos dos nossos governastes em todos os níveis em ajudar a causa do produtor rural. Podem ter certeza que, mesmo que a greve termine agora enquanto escrevo esse comentário, a mosca-das-frutas continuará a assolar a nossa região. Ao invés de atribuir o problema a uma categoria, a mídia deveria ajudar o produtor rural a ampliar sua voz na cobrança por mais políticas públicas voltadas para o campo, deveria mostrar a população o trabalho da Biofábrica Moscamed Brasil situada em juazeiro -BA a qual vem há anos lutando contra a mosca-das-frutas. Espero que meu comentário passe pela moderação e seja postado. Bom dia a todos.

  4. O Vale é muito mal representado politicamente! disse:

    Além do mais, os atuais representantes do Vale em Brasília e nas associaçoes nacionais de produtores de frutas pouco fazem para ajudar o produtor. Não vemos nenhum deles fazendo pronunciamentos indicando o tamanho do prejuizo economico que a agricultura irrigada irá ter com esta paralização. E melhor ainda, pressionando o Governo a encontrar o mais rapido possível uma solução para o caso. Isto só indica o quanto somos mal representados por estas familias que julgam ser donas da região. E em breve virão pedir votos, para se manterem ad infinitum no poder. Triste a situação para todos nós.

  5. Hélio S. Barros disse:

    Realmente a greve dos caminhoneiros – a qual deveria ser de todos os brasileiros e não apenas deles – vai influenciar ligeiramente no aumento da população da mosca-das-frutas. Todavia o Vale do São Francisco vem há muitos anos sofrendo com essa mazela e, só agora, a mídia da desinformação quer atribuir um velho problema a causas atuais. Sou técnico agrícola há mais de 10 anos e sempre vi, de forma cíclica, safras e mais safras das mais variadas frutas serem deixadas nas roças, não por falta de quem as transporte, mas por falta de preço e empenhos dos nossos governantes, em todos os níveis, em ajudar a causa do produtor rural. Podem ter a certeza de que, mesmo que a greve termine agora enquanto escrevo esse comentário, a mosca-das-frutas continuará a assolar a nossa região. Ao invés de atribuir o problema a uma categoria, a mídia deveria ajudar o produtor rural a ampliar sua voz na cobrança por mais políticas públicas voltadas para o campo, deveria mostrar a população o trabalho da Biofábrica Moscamed Brasil situada em juazeiro -BA a qual vem há anos lutando contra a mosca-das-frutas. Espero que meu comentário passe pela moderação e seja postado. Bom dia a todos.

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