Coluna da Folha: Oposição afina discurso e elege segurança pública como vilã da vez

por Carlos Britto // 21 de abril de 2022 às 07:00

(Foto: Ilustração)

A oposição ao Governo de Pernambuco parece até ter combinado o alvo a ser atingido como estratégia da hora. Após a Secretaria de Defesa Social (SDS) divulgar que registrou 965 homicídios apenas nos três primeiros meses de 2022, os pré-candidatos da oposição – Miguel Coelho (UB), Raquel Lyra (PDSB) e Anderson Ferreira (PL) – aumentaram as críticas ao avanço da violência e à segurança pública em geral, ou a falta dela.

Anderson acusou o Governo Paulo Câmara de ignorar o tema junto de Danilo Cabral, pré-candidato do PSB. Ele ainda criticou a extinção das faixas salariais da PMPE. Segundo ele, a ação resultou em profundas críticas junto à categoria por criar desigualdades entre militares que ocupam um mesmo posto, além de ir contra os princípios de paridade e integralidade.

Já Miguel, numa live com o presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE), Rafael Cavalcanti, destacou que o governo está preocupado em bater metas do Pacto pela Vida, programa que, segundo Miguel, “está ultrapassado, vencido, só tem estatísticas que não condizem com a realidade. Enquanto isso a população está com medo, assustada, e as forças de segurança desvalorizadas”.

A tucana Raquel Lyra também não economizou. Ela traçou um paralelo entre os números do Estado e de Caruaru, cidade onde era prefeita. “Em Caruaru, a gente conseguiu reduzir, ao longo do tempo, em mais de 50% crimes violentos de 2017 para cá. Chegamos em 2017 com indicador de guerra civil”, relembrou.

Quem também foi contundente ao falar sobre o tema foi o deputado estadual Antônio Coelho (UB). Líder da oposição na Câmara, o parlamentar destacou a falta de investimento como uma das principais deficiências da segurança.

Morte da educação

Em Lagoa Grande, Sertão do São Francisco, a votação do projeto de reajuste dos professores gerou insatisfação no vereador Vavá, que foi contra o projeto encaminhado ao Poder Executivo. O parlamentar acusou o prefeito Vilmar Cappellaro (MDB) de ser autoritário, pois, apesar de conceder os 33% previsto pelo Governo Federal, o gestor alterou os Planos de Cargos e Carreiras com o objetivo de diminuir a porcentagem da progressão de níveis. “O governo de Vilmar Capellaro mata a educação, e vem de todas as formas tirando os direitos já adquiridos desses servidores”, bradou.

Lata de sardinha

Circulam nas redes sociais vídeos de pessoas espremidas dentre dos ônibus coletivos de Ipojuca, na Região Metropolitana. Usuários cobram da prefeita Célia Sales melhorias no transporte, que, segundo eles, é insuficiente e precário. Mais um abacaxi pra gestora descascar após os problemas com a segurança do município, que foi notícia nas últimas semanas.

Falta combinar com a turma

Diversos veículos de imprensa do Interior divulgaram a declaração do deputado federal Ricardo Teobaldo, presidente estadual do Podemos em Pernambuco, que defendeu que a oposição deve se juntar para desbancar a Frente Popular no pleito deste ano. Em entrevista a uma rádio, Teobaldo defendeu o nome do ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (União Brasil) para o cargo de governador, a deputada federal Marília Arraes (Solidariedade) para o Senado e a ex-prefeita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB) para completar a chapa como vice-governadora. Só falta agora ligar e combinar com a turma. O resto tá certo.

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