“Caso Beatriz pode chegar em corte internacional”, declara Lucinha Mota

por Denise Saturnino // 13 de novembro de 2021 às 09:30

Foto: Denise Saturnino/arquivo

Faltando três semanas para iniciar sua caminhada para Recife (PE), Lucinha Mota está nos últimos ajustes para tentar, mais uma vez, chamar a atenção do governador Paulo Câmara (PSB), para que ele dê alguma resposta sobre a oferta de contribuição de um grupo americano, que pretende ajudar na resolução do assassinato de sua filha, Beatriz Angélica, ocorrido em dezembro de 2015, no Colégio Maria Auxiliadora, em Petrolina.

Em entrevista ao Blog, Lucinha declarou que o governo do Estado nunca deu uma resposta, sequer para informar se está, ou não, analisando a proposta. “O consulado americano enviou diversos pedidos ao governo, que nunca respondeu. Desde o ano passado que o Estado está em completo silêncio sobre o caso Beatriz”, contou, afirmando que com a caminhada, pretende chamar a atenção, não só de Câmara, mas do país inteiro. “E, se mesmo assim ele continuar em silêncio, farei algo maior, ninguém vai me parar, vou até o fim por Beatriz”.

De acordo com Lucinha, os profissionais fazem parte da Academia Nacional de Polícia dos Estados Unidos (EUA), que fornece treinamento e aporte financeiro para diversos casos criminais ao redor do mundo. “Nós recebemos o contato deles no ano passado, juntamente com uma produtora de Miami, que quer documentar as investigações do caso Beatriz. Eles trarão equipamentos, investimentos financeiros, e diversos aparatos tecnológicos para auxiliar nas investigações. A única coisa que eles vão fazer é ajudar, do que o governador tem medo?”, questionou.

Para ela, o Estado teme que sejam expostos erros e sabotagens que foram cometidos desde o início das investigações, uma vez que ela vem juntando provas e documentos capazes de comprovar manipulações e erros “grotescos” da Polícia Civil. Contudo, Lucinha também defendeu a tese de que, aceitando a ajuda dos americanos, Paulo Câmara mostraria que é humano e que pensa no coletivo.

Não acho que ele atestaria um selo de incapacidade em aceitar os americanos, pelo contrário, ele mostraria que é humano e capaz de ouvir e dialogar. Além de colaborar com boas experiências, que podem marcar sua trajetória na política brasileira”, frisou.

A política

Lucinha, que está no quinto período do curso de direito, afirmou que a única forma que encontrou, capaz de romper os muros que travam as investigações, foi por meio da política. “Tem muita coisa grande que só o jogo político pode atravessar. Desde que me coloquei como candidata, em 2018, tenho recebido ofertas e convites partidários de todos os tipos. Mas seguirei onde posso ser livre para fazer minhas escolhas e tomar minhas próprias decisões”, declarou, se referindo ao seu atual partido, o PSOL.

Questionada sobre a sucessão no governo do Estado e como isso poderá interferir no Caso Beatriz, Lucinha elogiou a decisão do prefeito Miguel Coelho (DEM) de se colocar como pré-candidato e disse que outros políticos devem lutar para a alternância de poder. “Pernambuco precisa de mudança. São quase 20 anos de um mesmo grupo no poder. Miguel sempre foi muito respeito comigo. Espero que sendo ele o próximo governador, possa contribuir mais com os casos não resolvidos”.

Corte internacional

Por considerar o Ministério Público de Pernambuco inerte ao caso Beatriz, há seis anos sem nenhum posicionamento, além de ter provas que comprovam manipulação e amadorismo dentro da Polícia Civil, e também do governo do Estado, a mãe de Beatriz afirmou que irá até as últimas instâncias para federalizar o caso, e se não obtiver respostas, irá denunciar o Estado e o país, por negligência, na Corte Internacional de Genebra, que julga violações graves contra a população civil.

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