Caso Beatriz: Em novo protesto, pais da menina cobram resposta da justiça e exigem intervenção do MP e da PF nas investigações

por Carlos Britto // 12 de fevereiro de 2016 às 06:00

Atendendo a mais uma convocação feita via redes sociais, a população da região se reuniu na noite de ontem (11) no Centro de Petrolina para cobrar das autoridades celeridade nas investigações e a elucidação do assassinato da menina Beatriz Angélica Mota, ocorrido no dia 10 de dezembro passado nas dependências do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, em Petrolina. O ato aconteceu novamente em frente à escola onde a garota foi morta, exatamente no dia em que ela faria 8 anos de idade.

Com velas acesas nas mãos, faixas e cartazes, centenas de manifestantes interditaram o trânsito no cruzamento entre as avenidas Guararapes e Joaquim Nabuco, ao lado do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, onde os pais da menina – Sandro Romilton Ferreira e Lucia Mota – foram recebidos. Logo na chegada, os dois foram amparados por amigos e familiares e receberam o aconchego e solidariedade de muitos desconhecidos – todos rendendo homenagens à Beatriz. Esta foi a primeira vez que o casal decidiu participar de manifestações.

Emocionada, a mãe de Beatriz fez um longo discurso e disse que o Colégio Auxiliadora tem que colaborar com as investigações e exigiu participação do Ministério Público de Pernambuco (MP-PE) e da Polícia Federal (PF) no caso. “Não podemos viver com medo, aterrorizados, e para isso a Escola Nossa Senhora Auxiliadora tem que contribuir com a elucidação dos fatos, que a polícia tem a obrigação de dizer o que aconteceu, quais as motivações e quem são esses monstros. Não temos suspeitos, não sabemos a motivação para tanta brutalidade. Não há explicação, nada que justifique tamanha barbárie. Esperamos um pronunciamento do Ministério Público Estadual, não entendemos a sua distância do caso, pois pelas circunstâncias, algo grave está pondo em risco a população de Petrolina e Juazeiro, gerando pânico na sociedade. Queremos ajuda da Polícia Federal, que tem aparato técnico e informações que podem, sim, identificar motivações e com isto chegar aos responsáveis por este ato brutal”, relatou a mãe da garota.

Reconhecimento

Ainda durante seu discurso, Lucia reconheceu o trabalho da Polícia Civil e do comprometimento do governador Paulo Câmara com o caso. “Queremos agradecer ao delegado Marceone [Ferreira], policiais, investigadores e agentes que estão se empenhando como guerreiros para desvendar esse caso. Mas queremos justiça, queremos respostas, queremos paz para todas as famílias, para que elas não passem por tudo isso que estamos passando hoje. Queremos agradecer ao governador Paulo Câmara pelo o que ele tem investido no caso. Mas nós queremos mais!”, frisou Lucia, que durante todo o ato permaneceu com um urso de pelúcia que pertencia à sua filha.

Entre um depoimento e outro, ao som de músicas gospel, orações foram feitas e muita gente não conteve as lágrimas. Um dos momentos mais emocionantes aconteceu quando foi cantado o tradicional “Parabéns a você”, oportunidade em que um grupo de motociclistas desfilou pela Avenida Guararapes, ao som de suas motos turbinadas, momento em que Sandro e Lúcia voltaram a ser amparados por familiares.

Um dos presentes ao ato, o pastor Teobaldo Pedro de Jesus disse que o momento é de união. “Temos que transformar tudo isso [essa revolta] em indignação e mobilização. E é exatamente isso que, pacificamente, está acontecendo aqui, para que saibamos tonalizar, com a sabedoria de Deus, esse sentimento que só Deus pode medir a dimensão da dor que está no coração de vocês [pais e familiares de Beatriz]”, pontuou.

Tânia Luiza Mota, prima de Beatriz, agradeceu aos presentes. “Em nome de minha família, eu estou muito feliz e agradecida a Deus com tudo isso que aconteceu aqui. Conseguimos comover uma quantidade muito numerosa de pessoas, e eu só tenho a agradecer, porque a dor é algo inexplicável, é algo que não dá para medir ou expressar com palavras. É isso que nós temos feito: orado para que Deus traga aos nossos olhos a justiça revelada, em nome de Jesus Cristo”, finalizou.

Ao final do ato, os organizadores informaram que outras manifestações devem acontecer, mas os detalhes devem ser acertados mais adiante.

O caso

Beatriz Angélica Mota foi morta a facadas dentro de uma sala de material esportivo, próximo à quadra do Colégio Nossa Senhora Maria Auxiliadora, durante a realização de uma festa de encerramento do ano letivo. A menina estava acompanhada dos pais, sendo ele professor da unidade de ensino.

A Polícia alega que o caso está sendo rigorosamente apurado, mas nenhuma informação pode ser divulgada neste momento para não atrapalhar as investigações. Recentemente, o Disque-Denúncia de Pernambuco lançou campanha oferecendo recompensa de até R$ 5 mil por informações que levem à prisão do assassino da menina. A recompensa, segundo informações, foi dobrada e agora é de R$ 10 mil.

Caso Beatriz: Em novo protesto, pais da menina cobram resposta da justiça e exigem intervenção do MP e da PF nas investigações

  1. Julia disse:

    Deus por favor mostre os culpados!!!

  2. Maria Esse disse:

    DEUS EM SUA MISERICÓRDIA E BONDADE ACOLHEU ESSE ANJO LINDO E ESTÁ PROVIDENCIANDO O DESFECHO DESSE BÁRBARO CRIME.

  3. Julia disse:

    A escola deveria ser a primeira a querer que o crime seja elucidado o mais rápido possível.Para que quem assim essa mácula se torne menos pesada.

  4. Petrolinense enojado disse:

    A maior responsável por isso tudo é a escola. Omissa com a segurança. Não foi a primeira vez que entraram nessas salas

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