Às vésperas de mais um ato público por justiça para Caso Beatriz, pais da menina desabafam: “Acreditamos nas instituições”

por Carlos Britto // 11 de dezembro de 2018 às 20:37

Às vésperas de mais um ato público clamando por justiça para o Caso Beatriz, os pais da garotinha assassinada há três anos, Sandro Romilton e Lucinha Mota, fazem um novo desabafo. “Acreditamos nas instituições e no Poder Público”.

Confiram:

Nós, os pais de Beatriz Angélica Mota, somos a parte mais interessada na resolução desse crime que destruiu as nossas vidas.

Não somos irresponsáveis, nem levianos e principalmente não gostaríamos de testemunhar mais uma injustiça na sociedade. Sempre cobramos principalmente das autoridades policiais uma resposta célere e contundente. Desde o início participamos e colaboramos incansavelmente para que tudo seja esclarecido, custe o que custar, seja o que for, doa a quem doer.

Sofremos diariamente com a angústia e impotência diante das situações que são reveladas oficialmente, e muito mais com os vazamentos de informações (que deveriam estar sob sigilo) nas redes sociais. A cada nova revelação nós nos apegamos profundamente com a esperança renovada de termos um fechamento dessa tragédia que ainda vivemos.

Quando soubemos que as imagens haviam sido adulteradas ou apagadas, tivemos a certeza de que o caso seria solucionado naquele momento. Eis aí a ponta do novelo, dizíamos.

Não estamos imputando a autoria do crime de homicídio a Allison Henrique de Carvalho Cunha, mas sim a prática de crimes diversos, que de alguma forma contribuíram para que até agora não se chegasse ao resultado esperado por todos.

A equipe da Polícia Civil de Pernambuco periciou os equipamentos de gravação de imagens e foi comprovada a prova da materialidade e autoria dos crimes previstos nos artigos 342, caput e 347 do Código Penal, apontando o ex-funcionário do Colégio Maria Auxiliadora, de Petrolina-PE, como o responsável por apagar imagens captadas por câmeras em que aparece o suspeito do assassinato de nossa Beatriz.

Pois bem, a Força Tarefa do Ministério Público acatou e ratificou esse pedido de prisão preventiva feito pela delegada Poliana Nery. A juíza Elane Brandão Ribeiro também entendeu que tanto a prova da materialidade quanto a autoria desses crimes estavam presentes. O único motivo para o indeferimento foi relativo ao tempo da prática dos crimes praticados por ele, Allison Henrique, cometidos em 2016. Uma decisão, em primeira instância, que consideramos ser injusta.

Em relação a esse argumento, temos que perceber é que esse fato em si foi o mote do comprometimento de quase toda investigação, porque a partir do momento em que se deletou aquelas imagens, não se pôde mais chegar com precisão ao autor ou autores do fato criminoso. Então, a questão da contemporaneidade não deveria ser vista no dia de hoje, mas em relação ao comprometimento que essa ação, lá atrás, trouxe para toda a investigação policial. Não é porque o crime é mais ou menos grave que eu vou dizer se uma pessoa deve ou não ser presa. O que se busca com a prisão preventiva nessa situação específica é a solução do inquérito policial. É a conveniência para a instrução processual futuramente.

Em notas à imprensa, tanto o Colégio Maria Auxiliadora, quanto seu ex-funcionário Allison Henrique, querem inculcar nas pessoas de que a responsabilidade por ter apagado as imagens é da Polícia Civil de Pernambuco. Isso é lamentável. Contra provas não há argumentos. A verdade prevalecerá.

O MPPE já recorreu dessa decisão.

Não estamos nem mencionando fatos anteriores como: o sumiço de algumas chaves, a reforma na sala de ballet, a modificação da rotina de eventos da escola, a falta de segurança de um modo geral naquele fatídico evento.

E quando soubemos que o Tribunal do Júri do Estado estaria reunido em uma audiência para deliberar sobre essa decisão nesta quarta-feira (12), achamos oportuno também nos fazer presente e torcer que a justiça realmente prevaleça.

Acreditamos nas instituições e no poder público. Cremos principalmente em Deus. Não permitiremos que outra injustiça seja cometida contra nossa princesa Beatriz.

Lucinha Mota e Sandro Romilton.

Petrolina- PE, 11 de Dezembro de 2018.

Às vésperas de mais um ato público por justiça para Caso Beatriz, pais da menina desabafam: “Acreditamos nas instituições”

  1. Olho aberto disse:

    Um absurdo isso que estão fazendo com o rapaz, eles tem tanta certeza das coisas que não sabem nem ao certo o nome do colégio.
    Sempre se retratam como colégio Maria Auxiliadora e não colégio nossa senhora Auxiliadora.
    Enfim, prender um inocente é apenas transferência de culpa.

    1. Simone Carvalho disse:

      Que comentário “BOBINHO”, Olho aberto! Por acaso existe outro colégio na região com esse nome? Por isso não pode abreviar? Que comentário leviano sobre a “INOCÊNCIA” do Alisson!! Esta inocência já foi comprovada?
      Ser funcionário ou prestador de serviço do colégio, não dá o direito d’ele ocultar provas!!
      Tem muita gente interessado em atrapalhar essas investigações…

  2. Deus não existe disse:

    Só corrigindo. O julgamento do recurso não será no Tribunal de Juri, e sim no Tribunal de Justiça, órgão do judiciário estadual que julga recursos em segunda instância. Tribunal de Juri é o que é formado por cidadãos que julgam, em primeira instância, os casos dolosos contra a vida. Segundo, o cidadão Alisson, conforme já dito, não é funcionário do Colégio, ele tem uma empresa que há época prestava serviço tercerizado à referida instituição de ensino.

  3. diego disse:

    esse alisson tem q ser preso,atrapalhou a investigaçao.pq?? e a mando d quem?? sera q foi da escola?? que misterio hem!!

  4. Pitu disse:

    Olho Aberto, se ele não deve, não tem porque temer. O que te leva a ter tanta certeza na inocência dele? Basta ele falar quem pediu para apagar as imagens.

  5. Simone Carvalho disse:

    Que comentário “BOBINHO”, Olho aberto! Por acaso existe outro colégio na região com esse nome? Por isso não pode abreviar? Que comentário leviano sobre a “INOCÊNCIA” do Alisson!! Esta inocência já foi comprovada?
    Ser funcionário ou prestador de serviço do colégio, não dá o direito d’ele ocultar provas!!
    Tem muita gente interessado em atrapalhar essas investigações…

  6. Defensor da liberdade disse:

    Eu é que não confio nestas instituições aí, basta olhar os números de trabalho e ver que estão aquém do mínimo necessário. O STF está soltando a bandidagem por “falta de provas”, mesmo o MPF mandando milhares de páginas de processos contendo provas, e o STF passando a mão na cabeça? Vão à pqp…

  7. popo disse:

    A Policia investigativa errou desde o começo…..Aonde o Delegado se baseou na epoca com aquela foto de um negro como o matador? E depois de muito tempo a policia aparece com uma oitra imagem? E porque a Policia nao melhorou a imagem do segundo acusado pra a sociedade? Sao muitas coisas que nos deixam muito revoltados com essa investigaçao….Eu nao entendo de nada de investigaçao mas ai tem coisa errada a partir da propria Policia Investigativa tmb…..E a ligaçao telefonica do segundo acusado na parte externa do Colegio? Uma policia investigativa tem uma chance dessa de investigaçao nas maos a policia pede imediatamente com uma ordem judicial acesso as ligacoes que foi feita diante as Torres onde as companhias telefonicas disponibilizam……Mostra a sua cara Policias, Civil Infestigativa e Policia Federal

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