Um grito no Sertão

por Carlos Britto // 24 de dezembro de 2008 às 14:14

Ibimirim, no alto sertão pernambucano, seria, hoje, a Canaã (terra prometida) do Nordeste se o Governo Federal não tivesse abandonado por 10 anos o projeto de irrigação Moxotó, em Poço da Cruz, o maior manancial de Pernambuco, com 500 milhões de metros cúbicos de água. Mas ali, onde 600 km de canais levam água para irrigar áreas de 700 colonos, o que seria a redenção para 15 mil famílias, que poderiam ter uma renda anual de R$ 90 milhões, virou um inferno.

Alegando a existência de lotes irregulares, o DNOCS passou a empreender uma política de perseguição, tomando terras a força e sob a intimidação da Polícia Federal. Insatisfeitos e humilhados, cerca de 300 colonos foram às ruas, ontem, protestar contra o descaso do governo.

Exaltado, o padre Marcos, prefeito do município pelo PSDB, chegou a afirmar que o DNOCS virou um antro de corrupção e prometeu acampar na sede do órgão com os colonos até que o Governo regularize os lotes, onde se produz frutas e milho. Portando faixas e exibindo instrumentos de trabalho, os colonos encerraram o protesto em frente à sede do DNOCS.

Três dos 70 inicialmente listados pelo DNOCS já foram forçados a deixarem seus lotes. Há um clima de revolta e insatisfação, até porque ninguém da direção do órgão se manifesta sobre as desapropriações, que no entender dos colonos, são arbitrárias e sem amparo legal.

Fonte: Blog do Magno

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