Seis meses após assassinato de Beatriz, delegado revela que Polícia Civil ainda não tem como comprovar cientificamente o local do crime

por Carlos Britto // 10 de junho de 2016 às 13:15

delegadoMarceone

Passados seis meses do assassinato da menina Beatriz Angélica, morta nas dependências do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, em Petrolina, o delegado responsável pelas investigações, Marceone Ferreira, reuniu a imprensa mais uma vez na manhã de hoje (10) para comentar sobre as investigações.

Durante entrevista, o delegado – que já havia informado que só se pronunciaria mediante a prisão dos suspeitos – comentou as recentes declarações da mãe da menina Beatriz, Lúcia Mota, que em vídeo divulgado nas redes sociais fez várias denúncias contra o Colégio, inclusive, responsabilizando a escola pela morte da menina.

Sobre as denúncias da mãe, o delegado disse que ainda não é possível provar se a falta de algum tipo de segurança poderia ter resultado diretamente na morte de Beatriz.

 “Uma coisa é ter uma falha em algum alvará, outra coisa é você comprovar que a falta destes alvarás deram causa à morte de Beatriz. A falta de segurança foi responsável pela morte? Esta é uma análise muito delicada. Foi citado o caso da boate no Rio Grande do Sul, mas neste caso a falta de seguranças foi responsável pela morte das pessoas. Acredito que as falhas [da escola] devem ser analisadas mais pela esfera civil do que criminal”, disse.

Marceone lembrou ainda, que a escola poderá responder criminalmente, caso seja comprovado que a instituição tentou, de alguma forma, dificultar as investigações.

A partir do momento que eu sentir que há uma dificuldade da escola dentro da investigação, a diretoria responderá criminalmente por isso. Tem que ver o que a escola tem para colaborar. É difícil saber como é isso. Ela [escola] dá acesso, e não poderia ser diferente. Mas até o momento a gente não pode dizer que a escola está se omitindo ou tentando prejudicar as investigações”, explicou.

Sem retratação

Na coletiva, Marceone decidiu se pronunciar acerca de declarações do advogado do Colégio, Clailson Ribeiro, que criticou a Polícia Civil por divulgar a existência de cinco funcionários suspeitos de envolvimento no crime.

Os números de suspeitos também não batem. A Polícia Civil havia confirmado anteriormente a existência de apenas cinco suspeitos. Mas, segundo o advogado, não apenas cinco funcionários, e sim sete, deram depoimentos divergentes. Para Marceone, os números “ficam por parte” da escola.

Dentro da investigação são aqueles cinco que nós apresentamos. Não quero entrar nesta discussão, o que eu falei, falei. Se preciso for falo novamente. Não tenho que me retratar em nada. A escola é que tem que tomar a cautela necessária para não se prejudicando nesta investigação”, explicou.

Local 

Apesar de tantas polêmicas e cobranças sobre o desfecho do crime, o delegado revelou que até o momento a Polícia Civil não tem como comprovar cientificamente o exato local do crime.

Estamos aguardando as perícias, mas ainda não temos como comprovar cientificamente esta situação [local da morte]. Acreditamos que o crime aconteceu nesta área que ainda está isolada. Se eventualmente comprovarmos que ouve reforma num local onde a criança foi morta isso coloca a escola como diretamente envolvida no crime. Mas, desde o início estamos acompanhando isso com perícias, mas é preciso ter cautela porque a escola sempre procurou a polícia para comunicar sobre reformas”, ressaltou. Marceone completou justificando que seu novo posicionamento, apesar de não haver novidades no caso, deveu-se a setores da imprensa que lhe cobravam informações. (foto: Ângela Santana)

Seis meses após assassinato de Beatriz, delegado revela que Polícia Civil ainda não tem como comprovar cientificamente o local do crime

  1. Pedro Pedreiro disse:

    INCOMPETÊNCIA! INCOMPETÊNCIA! INCOMPETÊNCIA! E, antes que eu me esqueça; INCOMPETÊNCIA!
    É um absurdo! Uma vergonha!
    Que história é essa de que “Acreditamos que o crime aconteceu nesta área que ainda está isolada. Se eventualmente comprovarmos que ouve reforma num local onde a criança foi morta isso coloca a escola como diretamente envolvida no crime.”???
    Quer dizer então, que a ESCOLA pode sim ter feito reformas e contaminado o local que deveria ser preservado para perícias?!! Ué… Mas… Por que não chegaram – logo após o crime – com equipamentos de última geração para escanear todo o local do crime? Tantos delegados!! Tanta polícia!!! Tanta gente palpitando!!! E nenhum infeliz pensou nisso? Incompetência!!!
    Eu disse e repito: o vacilo dos pais e familiares, nos dois primeiros meses, foram decisivos para que esse caso jamais seja solucionado! Confiaram demais nessa “INSTITUIÇÃO COM MAIS DE 90 ANOS DE TRADIÇÃO EM PETROLINA” (que tantos gostar de alardear). E outros casos? Em outros locais? Já buscaram tentar chegar numa possivel ligação?
    INCOMPETÊNCIA!

  2. Niedja disse:

    Ratificando: INCOMPETÊNCIA! INCOMPETÊNCIA! INCOMPETÊNCIA! E, antes que eu me esqueça; INCOMPETÊNCIA!
    É um absurdo! Uma vergonha!

  3. O bem observado disse:

    Incompetência? Mas protestar na frente da delegacia ou quando o governador-GPS vir a Petrolina, assim que achar o caminho pra cá, ninguém protesta né? Tá mais do que na hora, você não acha?!

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