Seca no Velho Chico prejudica transporte por balsas em Minas Gerais

por Carlos Britto // 11 de outubro de 2014 às 16:28

velho chico secoO baixo nível de água no Rio São Francisco tem dificultado a travessia de balsa, principal meio de ligação com o noroeste de Minas Gerais. A Prefeitura de São Francisco iniciou há cerca de um mês uma obra de aterro em um ponto seco no rio, para assim mudar o ponto de embarque da balsa em um lugar onde o nível de água é mais profundo. Mas, após denúncias, a obra foi embargada pela Polícia Militar de Meio Ambiente.

De acordo com o governo municipal, com a seca, a praia do rio aumentou cerca de 400 metros e assim o percurso da balsa diminuiria em até 60% se fosse feita tal alteração. Assim, segundo o prefeito Luiz Rocha, a medida foi tomada para dar segurança aos veículos que trafegam por meio da balsa. Ele alega não haver irregularidades no serviço.

Na verdade, não é que seja ilegal, pois procuramos os órgãos competentes e todos não declinaram a competência. E por ser a única opção para que o tráfego não fosse interrompido definitivamente, iniciamos este trabalho. Houve a denúncia à Polícia Militar, que veio e parou a obra”, diz.

Segundo o ambientalista Eduardo Gomes, em caso de emergência é possível conseguir licenças para utilizar o recuo do rio. “Este impacto no rio sempre acontece. O leito do rio acompanha o curso da água. Essa obra seria emergencial, de utilidade pública, mas é necessário que tenha as licenças necessárias para a realização do serviço”, afirma.

Interrupção

No mês de agosto deste ano, por determinação da Marinha, o serviço foi interrompido e só foi liberado 20 dias depois, após a abertura de um canal para facilitar o tráfego. Mas de acordo com o gerente da balsa, João Lourenço Souza de Oliveira, o canal possui cerca de 2,5 metros de profundidade, pelo menos um metro a mais que o necessário para a travessia.

O problema, segundo ele, é que em alguns pontos a balsa pode encalhar. “Não sabemos mais até quando será possível atravessar. Certamente vamos ter de parar com o serviço se continuar do jeito que está”, afirma.

De acordo com a Polícia Militar de Meio Ambiente, um Boletim de Ocorrência foi registrado e encaminhado para o Ministério Público do Estado de Minas Gerais. Até o fim da tarde desta sexta-feira (10), a Agência Nacional das Águas (ANA) e o MP não se pronunciaram sobre a regularidade da obra. Neste período de paralisação da balsa, a entrega de alimentos ficou comprometida. A paralisação atrapalha a ligação direta a seis municípios da região, afetando cerca de 100 mil pessoas. (Fonte: G1-MG/foto Valdivan Veloso)

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