Representante do Distrito de Irrigação Senador Nilo Coelho prevê o pior se crise hídrica continuar

por Carlos Britto // 13 de abril de 2015 às 08:45

sales DINCO gerente executivo do Distrito de Irrigação Nilo Coelho (DINC), Paulo Sales, prevê um cenário de ‘caos’, se a grave crise hídrica que afeta as atividades da fruticultura no Vale do São Francisco perdurar e as providências demorarem.

Pelos cálculos de Sales, 120 mil empregos diretos, no mínimo, ficarão comprometidos – sem falar na circulação do dinheiro do comércio, que depende da produção de frutas na região.

Ao Blog, o gerente executivo do DINC lembrou que somente o PIB de Petrolina, segundo dados do IBGE (de 2011), é de R$ 3,2 bilhões. Desse montante, a fruticultura gera em torno R$ 400 milhões.

“Não se pode dissociar e dizer que apenas esses R$ 400 milhões seriam afetados.  O setor de serviços em Petrolina está inteiramente ligado à fruticultura. Na pior das hipóteses, 50% do que se gera pelo PIB de serviços está ligado à agricultura. Então, chega-se facilmente ao número de R$ 1,5 bilhão de impacto na cadeia produtiva de Petrolina. Fora que terá um reflexo para outras cidades da mesorregião. Essa tragédia anunciada vai acontecer em cadeia”, alertou.

Flutuantes

Sales também chamou atenção para o fato de que a água para consumo humano, que sai da barragem, deve se escassear para a população de cerca de 70 mil pessoas no perímetro Senador Nilo Coelho. Sem falar, segundo ele, de cidades próximas como Afrânio e Dormentes, além de comunidades rurais, que recebem água da Compesa. Mas esta, por sua vez, capta água do perímetro. “Se falta água para o Nilo Coelho, certamente faltará para essas cidades”, declarou.

Acompanhando atentamente a cota do Lago de Sobradinho, que é de 380,5 metros cúbicos (a mesma do DINC) – o equivalente a zero por cento de volume útil para geração de energia –, Sales reforça a importância da implantação de flutuantes, uma das obras emergenciais para evitar a interrupção no funcionamento da fruticultura irrigada. A obra, explica o gerente, faria com que a água do chamado ‘volume morto’ do lago fosse captada pelo DINC. Mas Sales afirma ser preciso celeridade para viabilizar a ação. Ele se disse otimista pelo engajamento de lideranças políticas e produtores locais, como viu no evento promovido sexta-feira (10) pelo Senado, que debateu o tema.

Representante do Distrito de Irrigação Senador Nilo Coelho prevê o pior se crise hídrica continuar

  1. antonio luna disse:

    Carlos Britto

    Tenho houvido muita celeuma sobre a seca e em particular sobre a questão hídrica da B. sobradinho e a questão do flutuante. Me parece uma tempestade em copo d’água, uma vez que a solução simples e correta e inadiável será a redução da vazão defluente para 900 m³/s. A barragem está hoje com cerca de 6,0 blhões/m³, sendo a vazão afluente de 1.800 m³/s. Com a redução proposta teríamos em 12 dias um incremento no volume represado de 1 bilhão/m³. Isto é, se Sobradinho não soltar água acima daquela vazão defluente de 900 m³/s não haverá problema algum para a agricultura irrigada.

  2. antonio luna disse:

    Complementado, o grande problema de Barragem de Sobradinho não tem sido São Pedro não mandar chuva e sim falta de racionalização na operação e controle do volume disponível ao longo desses anos todos. Não se pode conceber que todo ano o Lago de Sobradinho chegue ao mês de dezembro com 20% de seu volume. Em 2014 pelo mês de abril a barragem chogou ao volume de 49% de sua capacidade. A partir de maio/2014 a vazão defluente foi sempre a cima de 3.000m³/s, enquanto só chegava 1.300m³/s

  3. Thiago disse:

    A cota citada de 380,5, não é metros cúbicos. E a cota mínima operacional correspondente a 0%. 380,5 metros em relação ao nível do mar.

  4. Tiago disse:

    A faixa operacional do lago é 380,5m a 392,5metros, ou seja o nível de água operacional para as turbinas geradoras é de 12 metros. Acima disto (cota 393,5) sai pelo vertedouro. Se for necessário 10% o nível terá que subir 1,2m.

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