Reintegração de posse termina em confronto entre Polícia e famílias de Sem Teto em São Paulo

por Carlos Britto // 16 de setembro de 2014 às 11:00

sem teto confronto SPUma reintegração de posse em um hotel abandonando na avenida São João, no Centro de São Paulo, resultou em confronto entre ocupantes a Polícia Militar. A ordem judicial para que os moradores deixassem o prédio não teria sido obedecida pelos ocupantes e a PM entrou em ação por volta das 7h, usando bombas de gás lacrimogêneo para afastar um grupo de moradores.

De acordo com os ocupantes, foi feita uma promessa de que 40 caminhões auxiliariam na mudança da família e o número de veículos no local seria bem inferior.

Segundo o Frente de Luta por Moradia (FLM), cerca de 200 famílias viviam no local e o combinado era que os móveis seriam levados para um depósito. Os sem-teto ocupam o prédio há cerca de 6 meses.

De acordo com a PM, policiais ocupam os arredores do prédio para impedir novos tumultos. Não há informações sobre feridos ou presos. A SPTrans alterou o itinerário de pelo menos 30 linhas na manhã de hoje, que estão evitando passar pela região que fica nas proximidades de vários terminais da região central da capital paulista.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), a juíza Maria Fernanda Belli, da 25ª Vara Cível do Foro Central, determinou a reintegração de posse do prédio, a pedido da empresa proprietária do imóvel, a Aquarius Hotel Limitada. A Justiça requisitou o apoio da Polícia Militar na desocupação.

Por volta das 10h, um ônibus articulado foi incendiado em frente ao Teatro Municipal. O Corpo de Bombeiros foi acionado para o local para apagar as chamas, que atingiram a rede elétrica na altura da Praça Ramos de Azevedo.

Desocupação

De acordo com a secretaria, a reintegração estava prevista para ocorrer no dia 11 de junho, porém, na ocasião, foi cancelada porque não foram disponibilizados pela empresa proprietária do imóvel os meios necessários para a desocupação (caminhões e carregadores para o transporte dos pertences dos moradores).

A reintegração foi reagendada para o dia 27 de agosto. Porém, no dia, foi novamente suspensa porque os oficiais de Justiça avaliaram que o número de caminhões e transportadores ainda não era suficiente. Uma das integrantes do movimento, Shirley Santana, de 35 anos, disse que estava no interior do prédio quando a polícia chegou e atirou bombas pela janela. “As pessoas resistem porque elas não têm para onde ir”, acrescentou. (Fonte: Terra/Agência Brasil/foto reprodução)

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