Projeto sustentável no Sertão do Moxotó é reconhecido por Assembleia Legislativa do Ceará

por Carlos Britto // 18 de junho de 2018 às 18:34

Foto: Ascom Ecovolume/divulgação

Pesquisadores da rede nacional Ecolume participarão nesta quarta-feira (20), na Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE) de um evento em reconhecimento da Casa a esses profissionais pelo trabalho promissor na busca de soluções diante da crise hídrica e desertificação no Bioma Caatinga e em Fortaleza. Eles apresentarão ações em prol do desenvolvimento no Sertão do Moxotó de Pernambuco, sendo consideradas como pertinentes aos objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU, estratégicos ao desenvolvimento humano e sustentabilidade no Bioma.

A Ecolume, coordenada pela climatologista Francis Lacerda, do Laboratório de Mudança Climática do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), garante que é possível plantar água, comer caatinga e irrigar com o sol.

Nossos estudos e trabalho de campo têm sido desenvolvidos na escola de Agroecologia Serta, em Ibimirim (PE). Lá, buscamos demonstrar que, com os efeitos das mudanças do clima globais sobre a região semiárida, a biodiversidade nativa da caatinga já adaptada naturalmente ao clima semiárido, e em combinação com a utilização da energia solar, existem potencialidades para se encontrar soluções para os desafios hídricos, alimentar e energético“, garante Francis.

Desse modo, a rede já está planejando a instalação do primeiro sistema agrovoltaico da América do Sul para a produção de alimentos vegetais orgânicos e animal no Sertão. A Ecolume é financiada pelo CNPq desde o início deste ano.

O sistema usa painéis fotovoltaicos, transformando a radiação solar em energia elétrica, e também faz a captação e bombeamento de água. Ainda potencializa o gerenciamento hídrico eficaz e eficiente através do modelo de produção de plantas e peixes por aquaponia (um sistema simples de engenharia por tubos e tanques, otimizando o uso e reuso da água).

Entre as plantas, o replantio de espécies da caatinga (recaatingamento) com fins alimentícios, medicinais e outros fins socioeconômicos também têm sido estimuladas pela Ecolume. Uma delas é o Umbu, que começa a entrar em fase de extinção diante do desmatamento – cenário que tem contribuído para a ampliação do processo de desertificação no Sertão. Os alunos do Serta inclusive já criaram o grupo ‘Guardiões das Caatinga’, transformando as suas casas em viveiros abertos das plantas nativas. O IPA em Ibimirim também está empenhado em produzir 3 mil mudas de umbu. No final deste ano, devem ocorrer as primeiras ações de recaatingamento da espécie.

Experiências exitosas

Por estas inovações e potencialidades, a Ecolume foi selecionada pela AL-CE como uma das experiências exitosas dentro do Bioma para participar da 2ª Conferência da Caatinga. O evento, que começa na terça (19) e vai até quinta-feira (21), é realizado em parceria com o governo cearense, Ibama, Dnocs e outros órgãos públicos e privados. O tema do evento é ‘Desenvolvimento Humano e Sustentabilidade’, tendo como missão trazer à luz as graves questões que preocupam governos e sociedade civil organizada em torno do bioma, com ênfase na crise hídrica, na sustentabilidade e no processo agressivo de desertificação, tendo como eixo central o Ser Humano.As informações são da assessoria de imprensa da Ecovolume.

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