Projeto em Salgueiro ensina jovens o caminho da boa música

por Carlos Britto // 31 de dezembro de 2015 às 21:38

projeto musical salgueiro

Apesar dos modismos que invadem a música brasileira, um projeto desenvolvido em Salgueiro (PE), no Sertão Central, mostra que nem tudo está perdido. Mais do que ouvindo música de qualidade, jovens com idades entre 10 e 18 anos, estão aprendendo teoria musical, lendo partituras e fazendo concorridas apresentações abertas. Há um ano, integram o elenco de músicos da Orquestra Sinfônica Conviver, nascida dentro do Programa de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, tocado pela Secretaria de Desenvolvimento Social do município.

Quando chega dezembro, a orquestra cumpre uma movimentada pauta de apresentações. Até o último dia deste mês, que fecha 2015, foram mais de dez apresentações em espaços públicos e empresas do setor privado que participa do programa Jovem Aprendiz, concedendo oportunidades de trabalho temporário a meninos e meninas ligados aos projetos sociais.

Conviver4No repertório por onde passou a orquestra executou clássicos natalinos a exemplo de Jingle Bell, Noite Feliz, Então é Natal e Amigos para sempre. Aos 14 anos, Camila Rodrigues é uma das mais jovens integrantes que toca violino. Ela não esconde a emoção em participar do projeto e lembra que entrou para orquestra sem ter noção de um só instrumento. “A gente se descobre quando aprende a ler partitura e acaba tendo mais responsabilidade na convivência em grupo”, diz a garota.

Apaixonada por música clássica e MPB, ela acrescenta que o violino é um instrumento difícil e tem uma sonoridade bem complexa. “Fui a primeira violonista a se consolidar no grupo, daí quando entraram novos músicos a se envolver com o instrumento, o instrutor me colocou para dar suporte aos novatos”, comenta. Ao longo do ano, todos os integrantes participam dos ensaios três vezes por semana, incluindo atividades de teoria e prática.

A história de Camila é semelhante à de Iago Martins, Isaías Pereira, Tayrine Farias, Bruno Eliseu e Camila Rodrigues, que acabaram se dedicando a tocar com desenvoltura outros instrumentos como bateria, trompete, sax tenor, flauta transversal e violino. A cada apresentação todos são aplaudidos de pé. A grande maioria fazia parte de outros projetos do Conviver e começaram, igualmente, na flauta doce. Quando a proposta da orquestra foi delineada, há seis meses, a surpresa veio em forma de batucada com as mãos.

Ecletismo

Eclética, Tayrine Farias, moradora da Cohab, gosta de vários estilos, desde que sejam alegres e dançantes. Sempre teve uma queda pelo sax tenor. Para ela, é um instrumento difícil que aguça a sensibilidade de quem ouve e toca, seja qual for o ritmo. E no clima natalino, na agenda de dezembro, os integrantes passaram pela Virada do Forró, em homenagem ao aniversário de Luiz Gonzaga, Hospital Regional, Fórum e Prefeitura. Também se apresentaram nas empresas Plaza Hotel, Magazine Geanne, Posto Via Oeste, Pajeú, Mina, Mandacaru e comunidade de Umãs.

O maestro Jackson Anjos comemora o resultado das apresentações e diz que a cada momento a maturidade e o talento dos jovens crescem juntos. “Não há dúvidas de que a orquestra vive um grande momento de reconhecimento junto ao público justamente pela boa música que levamos para todos os lugares”, completou. (fonte/foto: Assessoria/divulgação)

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