Presidente do Sinpol-PE denuncia lentidão em obras do novo IML de Petrolina, fala de censura e anuncia novo dossiê da Polícia Civil

por Carlos Britto // 04 de abril de 2018 às 17:30

Áureo Cisneiros concede entrevista ao Blog. (Foto: Alieny Silva / Blog do Carlos Britto arquivo)

O presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE), Áureo Cisneiros, concedeu entrevista a este Blog, nesta quarta-feira (4), e voltou a fazer denúncias contra o governo do estado. Na pauta principal da visita a Petrolina, as obras de construção do novo Instituto de Medicina Legal (IML) da cidade.

Como este Blog mostrou, os trabalhadores paralisaram os serviços no último mês de fevereiro alegando o descumprimento das leis trabalhistas por parte da empresa contratante. Passados quase dois meses, os serviços foram retomados, mas, de acordo com Áureo, as obras “estão muito lentas”. A alegação do Governo de Pernambuco seria falta de recursos.

As obras estão se arrastando, era para ter terminado em dezembro. A gente fez a inspeção, em janeiro, ao o governo disse que era em março. Passou-se março e agora está dando outro prazo: final de maio. As obras estão muito lentas. A obra foi uma ação do Sinpol-PE que representou na justiça e o juiz mandou reconstruir o IML. No nosso entendimento, essa construção não pode passar de maio”, declarou.

Mas essa não é a única preocupação do líder sindical. O déficit de profissionais ainda é grande na cidade. Ele diz que, hoje, o IML de Petrolina ainda funciona com 50% a menos do número adequado para a prestação de serviços. “Eu acho que falta sensibilidade para tentar resolver essa questão da segurança pública. A gente espera que o governador convoque o restante dos concursados”, comentou.

Ainda sobre Petrolina, Áureo disse que a delegacia do Bairro Ouro Preto (Delegacia de Plantão, que fica 24h aberta) também está em “péssimas condições” e a Delegacia da Mulher (que foi furtada novamente) praticamente não funciona. No prédio da Delegacia do Ouro preto, segundo ele, “falta tudo, inclusive limpeza. Já a delegacia da Mulher só tem sete policiais, incluindo a delegada. Quatro ficam na permanência, uma pessoa fica 24 horas, depois que ocorreu esse último arrombamento. E uma pessoa faz investigação. Na verdade, só faz intimação. É uma preocupação, porque a violência contra a mulher é crescente, mas eles não têm condições de trabalho”, afirmou.

Censura

Aproveitou a oportunidade para denunciar “censura”. Segundo ele, o governo estaria impedindo a divulgação dos números de homicídios ocorridos no estado. “É uma forma de maquiar a realidade”, afirmou. A ação, inclusive, já foi denunciada pela imprensa do Recife.

Para Áureo, o diálogo é uma prerrogativa essencial, para que se desenvolvam políticas em prol da categoria. Ele afirma, no entanto, que nunca conseguiu se reunir com o governador Paulo Câmara. Diz que responde a 14 processos do governo do estado e recebeu suspensão por mais de 100 dias.

Para Áureo, o diálogo é uma prerrogativa essencial, para que se desenvolvam políticas em prol da categoria. Ele afirma, no entanto, que nunca conseguiu se reunir com o governador Paulo Câmara. Sobre as questões relacionadas ao Instituto de Criminalística (IC) de Petrolina, ele disse que “depois de muita pressão, a gente conseguiu as instalações do IC. As instalações são razoáveis”.

Dossiê

O presidente do Sinpol-PE disse que o segundo dossiê das condições da Polícia Civil de Pernambuco será divulgado na próxima semana. “A gente vai divulgar o segundo dossiê na próxima semana. É uma radiografia da Polícia Civil. Será divulgado tudo sobre as delegacias do estado”, adiantou. O dossiê é uma forma de mostrar à sociedade pernambucana as condições de trabalho da Polícia Civil e pressionar o governo por melhorias. Com a palavra, o governo de Pernambuco.

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