Presidente da Comissão de Saúde da Casa Plínio Amorim acredita que saída para problemas financeiros do sanatório é o credenciamento

por Carlos Britto // 14 de agosto de 2019 às 12:31

Presidente da Comissão de Saúde da Casa Plínio Amorim, o vereador Gilberto Melo (PR) acredita que a saída mais viável neste momento, para evitar que o Sanatório Nossa Senhora de Fátima, em Juazeiro (BA), feche as portas, seria seu credenciamento junto ao governo federal. A complicada situação financeira do sanatório foi debatida durante sessão plenária de ontem (13) no Legislativo de Petrolina e contou com a presença de representantes da instituição (foto).

De acordo com Gilberto, por meio do credenciamento os recursos federais viriam diretamente para a unidade médica, em vez de serem repassados ao município e, só então, ao sanatório. “Recebendo convênio do governo federal e podendo receber emendas parlamentares de um senador, de um deputado federal, estadual, a Secretaria de Saúde do Estado também poderá ajudar dando uma contribuição. A gente sabe que a estrutura do hospital precisa de muitos cuidados. Esse credenciamento precisa ser feito o mais rápido possível”, afirmou o vereador.

Enquanto isso não acontece, Gilberto acredita que após as reuniões com as Secretarias de Saúde de Petrolina e Juazeiro, e também com o Ministério Público (MP), possam surgir meios de ajudar o sanatório.

A presidente da casa de saúde, Elisabete Teixeira de Almeida, que compareceu à sessão de ontem na Casa Plínio Amorim, descreveu um cenário caótico pelo qual atravessa a instituição. Segundo ela, o valor mensal de R$ 250 mil geridos pelo sanatório agora fica R$ 113 mil. Esse último é o valor oriundo da União, já que o complemento era repassado pela Prefeitura de Juazeiro.

Pactuação

A maioria dos pacientes assistidos pela equipe do sanatório é da cidade baiana (30%), seguida por Petrolina (15%). No total, incluindo as duas principais cidades do Vale sanfraciscano, a unidade atende 5e municípios da Rede Pernambuco-Bahia (PEBA). O problema é que grande parte desses municípios não arca com sua responsabilidade na pactuação, ou seja, deixam de enviar recursos ao sanatório para manter seus pacientes.

Como consequência, a casa de saúde já acumula uma dívida de R$ 1.720.000 e não tem recursos para as despesas mensais. Os salários dos funcionários estão atrasados há três meses, bem como estão as obrigações trabalhistas e itens de logística como água, energia, medicamentos – entre outros insumos. Vários pacientes também estão sendo dispensados pela unidade, por conta disso. Elisabete acreditava que o sanatório fazia parte da Rede PEBA, mas descobriu que está apenas no papel, não na prática.

“As pessoas costumam tratar saúde mental como uma coisa à parte, e não é. Hoje em dia, as doenças mentais são as que mais acometem as pessoas. Inclusive as que são acometidas por outras doenças, tiveram uma doença mental antes. Mas infelizmente a maioria das prefeituras não vê dessa forma”, lamentou.

Na última sexta (9), uma comissão de vereadores da Casa Plínio visitou o sanatório e constatou os problemas. A vereadora Cristina Costa (PT) fez parte da comissão. Segundo ela, o momento é de unir forças. “Conversamos com os presidentes da Câmara de Petrolina Osório Siqueira, e de Juazeiro Alex Tanuri, para nos reunirmos e juntos buscar os meios necessários e as forças políticas para evitar o fechamento do sanatório. Se for preciso, até federalizar a unidade de saúde, que hoje é municipalizada”, pontuou.

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Últimos Comentários

  1. Tem que desapropriar o imóvel onde ficava a casa da criança, atrás do regente, para fazer um terminal de ônibus.