Petrolina: Morte de grande número de abelhas leva MPPE a instaurar inquérito para descobrir as causas

por Carlos Britto // 01 de agosto de 2019 às 06:20

Foto: Ascom/divulgação

Devido à observação dos criadores de abelhas da região de Petrolina de que um grande número desses insetos estão aparecendo mortos, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) instaurou inquérito civil para investigar o motivo. O MPPE fez uma parceria com o Centro de Manejo de Fauna da Caatinga (Cemafauna) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) para colher dados e esclarecimentos científicos sobre o caso.

Uma das causas prováveis do aumento da mortalidade coletiva das abelhas, nas proximidades de área de irrigação, é a utilização de agrotóxicos. Segundo as primeiras análises da Cemafauna, existe a presença de substâncias químicas nas áreas cuticulares (pele) de abelhas que têm correlação com os pesticidas usados em lavouras agrícolas.

A nota técnica que a Cemafauna enviou ao MPPE concluiu que as análises toxicológicas feitas em matrizes de abelhas africanizadas apresentaram altos níveis de agrotóxicos com frequência de contaminação de cerca de 70% das substâncias fipronil, tiametoxam, dinotefuran, imidaclopride, nitenpiram, acetamipride e tiaclopride.

Além dos agrotóxicos, outras causas prováveis apontadas inicialmente como responsáveis pela morte dos insetos seriam as mudanças climáticas e a supressão da vegetação. Até o final deste ano, a equipe técnica da Cemafauna irá divulgar um relatório conclusivo sobre o caso.

Até lá, a promotora de Justiça Rosane Moreira Cavalcanti promoverá reuniões com produtores rurais do Vale de São Francisco e estabelecerá trabalhos educativos para minimizar as mortes e o impacto delas na produção de fruticultura local, que é de grande importância econômica para a região. “Com o andar das pesquisas e do processo, entenderemos quais as melhores medidas que o MPPE pode tomar a respeito”, comentou a promotora de Justiça.

Polinização

A preocupação do MPPE deve-se também pelas abelhas serem responsáveis pela polinização das plantas e que seu declínio pode levar à extinção de plantas e animais, provocando mudanças na paisagem e nas funções do ecossistema. “É essencial destacar que para que o pólen seja transferido para flores diferentes, é necessário um agente que promova esse movimento, o chamado agente polinizador, a saber, a água (hidrofilia), o vento (anemofilia) e, principalmente, os animais (zoofilia), especialmente insetos, comumente as abelhas”, destacou. Além da polinização e da importância para a fruticultura, o Vale do São Francisco é o segundo produtor de mel do Brasil, ficando atrás apenas do Rio Grande do Sul.

Petrolina: Morte de grande número de abelhas leva MPPE a instaurar inquérito para descobrir as causas

  1. Patricio Emerson disse:

    A árvore nim é tóxica para abelhas.

  2. Maria disse:

    Não precisa de estudo, todos nós sabemos que o agrotóxico é a grande causa, seguida de escassez da caatinga incluindo as árvores como o Nin, sabemos também que a situação torna se grave para a população, nossas abelhinhas são responsáveis por nossa alimentação, imagine aí o caus sem elas. ..

  3. Biólogo sincero disse:

    Não adianta fazer palestra pra agricultor se o governo, só esse ano, já liberou centenas de agrotóxicos antes proibidos no mercado devido sua toxidade.

    Demagogia!

  4. popo disse:

    A Culpa e os agrotoxicos usado discriminadamente pelas fazendas ….IBAMA e Ministerio Publico tem que rever as leis….Policia Federal nessa gente

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


Últimos Comentários