Novas técnicas de cultivo da cebola animam produtores no Vale do São Francisco

por Carlos Britto // 08 de outubro de 2012 às 09:48

A perspectiva de alta produtividade com redução de custos está animando produtores de cebola do sertão. Com a introdução de técnicas acessíveis como a irrigação por gotejamento e a fertirrigação, os resultados são bastante superiores aos alcançados pelos sistemas tradicionais de cultivo na região.

Na área do produtor Neuwilton de Sousa, no Distrito de Bem Bom, em Casa Nova (BA), a implantação deste sistema resultou em um rendimento de quase 500%, em quatro meses de cultivo. Com o custo de produção em torno de R$ 11 mil por hectare, o retorno chegou a R$ 5,70 para cada real investido.

Esse cultivo funciona como um Campo de Aprendizagem Tecnológica (CAT) do Projeto Lago de Sobradinho. Nele, a Embrapa Semiárido oferece a parte técnica, fazendo a implantação do sistema de irrigação e o acompanhamento do cultivo, com financiamento da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) e apoio de um técnico cedido pela Prefeitura Municipal de Casa Nova. Já o produtor participa com a área, a energia elétrica e a mão de obra, e em troca fica com a produção.

O sistema permanece nessa propriedade durante um ano, e a proposta é que, com a venda da produção, o agricultor adquira seu próprio sistema”, explica o coordenador do projeto, Sergio Azevedo, da Embrapa Semiárido. Mas o objetivo principal é fazer desta experiência um veículo multiplicador das tecnologias para a região.

Demonstração

Os bons resultados alcançados com o cultivo de cebola na propriedade de Neuwilton foram demonstrados para mais de 120 produtores da região, que participaram de um Dia de Campo (foto). Na oportunidade, os pesquisadores da Embrapa Semiárido – Nivaldo Duarte, José Maria Pinto e Jony Eishi Yuri – apresentaram informações sobre o manejo da cultura, da irrigação e nutrição aplicados no cultivo.

De acordo com os pesquisadores, são muitas as vantagens deste sistema de produção de cebola, em comparação com a irrigação tradicionalmente utilizada na região. Entre elas está a economia de água, que gira em torno de 50%; a de fertilizantes, em 80%; e de mão de obra, em 30%. Isso representa um menor custo de produção, que, aliado à melhor qualidade e rendimento comercial dos bulbos, tem como consequência uma maior lucratividade para o produtor.

Participando do Dia de Campo, o agricultor Josivan Pereira da Silva identificou ainda outra vantagem: a facilidade na execução das atividades. “Esse sistema é bom demais, e fica melhor pra gente, porque o trabalho na enxada é muito duro”, avalia. Ele cultiva cebola com o sistema de irrigação por sulco, e já se diz animado para adotar a nova alternativa. As informações são da assessoria da Embrapa Semiárido. (Foto/reprodução)

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Últimos Comentários

  1. Essas modernizações só tem piorado a prestação dos serviços