No Dia Mundial da Terra, Petrolina reforça marcha por mais recursos para a ciência

por Carlos Britto // 22 de abril de 2017 às 08:16

Neste sábado, 22, Dia Mundial da Terra, Petrolina se integra a todo o planeta e realiza a 1ª Marcha pela Ciência. O ato deve reunir pelo menos 500 participantes – entre professores, pesquisadores, estudantes e toda a sociedade do vale do São Francisco.

O movimento, intitulado ‘A Ciência pede Socorro!’, se concentra logo mais, às 9h, na Praça do Bambuzinho, na Avenida Souza Filho, Centro de Petrolina. Em seguida, os participantes seguem em marcha até a Praça 21 de Setembro, na Avenida Joaquim Nabuco, também no Centro.

“A Marcha pela Ciência é um movimento organizado por cientistas de todo o planeta. Mas de 400 cientistas se uniram por mais recursos e mais importância pela temática da ciência. Nós vivemos uma realidade de um mundo em crise e esse mundo carece da ciência para remediar as consequências da ação do homem junto ao meio ambiente”, disse o professor Helinando Oliveira (foto), pesquisador e docente da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), que faz parte da organização da Marcha na região.

Helinando esteve na última quinta, 20, na Câmara de Vereadores, divulgando o ato. Ele frisou que sem ciência muitos problemas que afetam a realidade humana não podem ser resolvidos, mas que no entanto, os governos em todo o mundo vêm reduzindo os investimentos no setor. “Como podemos ver se temos um problema com as mudanças climáticas e a descontaminação de águas? A única saída para aumentar a expectativa de vida do homem vem pela ciência. Com menos recursos significa que a nossa expectativa de vida será afetada”, observou Helinando.

Distância

A Marcha pela Ciência é um movimento mundial. No Brasil, Petrolina é uma das cidades-polos do evento. O objetivo é levar a população a entender a importância dela e abraçar a causa também, porque existe uma distância entre o cientista e a população.

“Queremos permitir que essa distância com a comunidade seja diminuída, para que as pessoas entendam que dentro de um laboratório o objetivo é desenvolver estratégias para que a vida do homem e da mulher, dentro da região em que está inserida, seja melhor”, frisa Helinando. “É um momento em que a ciência aqui vai abraçar a sociedade e o povo do vale do são Francisco”, completa o professor, lamentando que hoje, a ciência e tecnologia no Brasil possuem o pior orçamento da história, número que ainda foi reduzido 44%.

“Isso significa que estamos no pior dos horizontes, trabalhando com metade do orçamento. As universidades e os centros de educação mais consolidados ainda têm algum vigor para continuar, mas os centros em consolidação como as instituições do vale, são as mais afetadas. Significa dizer que não temos dinheiro par tocar as ciências. Aquela expectativa que tínhamos no passado de trazer a ciência para o interior do Brasil, pode estar morrendo nesse momento por falta de investimentos”, conclui o pesquisador.

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