Organização social transforma cenários e histórias na zona rural de Juazeiro

por Carlos Britto // 03 de janeiro de 2017 às 21:00

A chegada das cisternas na comunidade de Canoa, em Massaroca, zona rural de Juazeiro (BA), está contribuindo com uma nova paisagem da região. A protagonista dessa mudança é a organização social. Através da construção coletiva, essa tecnologia está chegando às casas das famílias que integram a Associação dos Pequenos Produtores de Canoa e Oliveira.

Em abril desse ano, a primeira cisterna de consumo humano foi levantada pelas mãos dos agricultores de Canoa, que por algumas horas trocam os cuidados com a criação e a roça para escavar buraco, preparar massa, bater placa, compartilhar conhecimento, esperança e reafirmar o quanto a união é o elemento mais importante para a transformação social no Semiárido.

Hoje algumas casas da comunidade são abastecidas por uma adutora, porém a água só chega uma vez por semana, o que não é suficiente para atender a demanda da população de Canoa. Preocupada com essa situação, a associação fez o levantamento de quantas famílias não tinham acesso à água ou reservatórios para guardar o precioso líquido.

Durante as reuniões da associação, a ideia da comunidade de construir as próprias cisternas foi amadurecendo, o que levou a aumentar a contribuição dos sócios de R$ 2 para R$ 5. Esse dinheiro arrecadado seria aplicado na compra de materiais de construção. O próximo passo foi pesquisar quem construía cisterna na região. Depois da primeira construção, um grupo de 34 homens se dividiu em pequenas equipes para dar continuidade ao trabalho.

Coletividade

Esse não foi o primeiro trabalho coletivo da comunidade. A conquista da sede da associação, do prédio de beneficiamento de ovos, também foram resultados de mutirões. Hoje a diretoria da associação é composta por homens e mulheres (60 sócios). Um dos frutos dessa iniciativa é a chegada do ‘P1 Mais 2’ na comunidade. Três famílias vão receber as cisternas de produção. Para a diretoria da associação, o projeto da construção da cisterna é prova de que a união é o caminho para reescrever a história de um semiárido vivo e cheio de oportunidades. As informações são do IRPAA. (foto/divulgação)

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