Morreu na madrugada desta segunda-feira (12), o garoto de nove anos,que não teve a identidade revelada, diagnosticado com raiva humana, internado no Hospital e Maternidade São Vicente de Paulo, em Barbalha, na região do Cariri, interior do Ceará, que fica a pouco mais de 300 quilômetros de Petrolina.

De acordo com informações do hospital, o óbito aconteceu às 5h40min, após uma queda de pressão e parada cardiorrespiratória. O garoto, que estava internado desde a semana passada em Barbalha, já havia sido diagnosticado oficialmente pelos dois exames feitos, tanto no Ceará, pelo Laboratório Central (Lacen), como pelo exame feito em São Paulo.

Na sexta-feira (9) o Ministério da Saúde já havia liberado o último medicamento do “protocolo recife”, tratamento indicado para casos de raiva humana, pelo próprio orgão, que em 2009 conseguiu salvar a vida de um adolescente no hospital Oswaldo Cruz, em Recife (PE).

“Fizemos tudo o que estava dentro do nosso alcance“, afirmou Ernani de Freitas, diretor do Hospital São Vicente de Paulo. Na sexta-feira, a médica que acompanhava o caso já tinha iniciado conversa com o médico americano que criou o “protocolo de recife”.

O menino foi mordido por um animal conheico como “sagui” (imagem ilustrativa), uma espécie de primata muito comum no Nordeste, no dia 3 de fevereiro, enquanto brincava com o animal no município de Jatí, a 524km de Fortaleza. O acompanhamento médico só começou quase 15 dias depois, quando o menino apresentou os primeiros sintomas de febre e vômito.

Inicialmente foi diagnósticado como meningite, mas devido ao comportamento inquieto, e a informação de que ele não havia procurado o sistema de saúde logo após a mordida, o quadro clínico passou a ser, possivelmente, de raiva humana.

A confirmação só veio quase um mês depois, quando, já internado, foi coletado material para exame em laboratório.

No Ceará, já foram registrados dois casos de raiva humana em 2010. Um garoto de 10 anos do município de Ipu e um agricultor de 26 anos no município de Chaval, que vieram a óbito por causa da doença, que é geralmente é fatal.