O prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (PSB), reuniu a imprensa local na tarde desta quinta-feira (5) para mostrar e detalhar a situação dos serviços e funcionamento dos equipamentos municipais. O encontro aconteceu no prédio da Prefeitura, na Avenida Guararapes, que está com sua estrutura comprometida. Durante a coletiva, o gestor ainda falou sobre a questão financeira do município.

Os jornalistas fizeram um tour pelas dependências do prédio e se depararam com uma situação de ‘caos’. A prefeitura está literalmente caindo aos pedaços (veja fotos aqui). A situação está pior no terceiro piso, onde não existe mais telhado e as infiltrações estão por todos os cantos. “Esse problema se estende há quatro anos. Se der uma chuva de repente, o terceiro piso vai abaixo. Nós temos uma caixa d’água aqui em cima, se isso cair de repente?”, questionou Paulo Francisco Nunes, técnico que trabalha na prefeitura há vários anos. Ele ainda disse que a gestão anterior tinha conhecimento da situação. “A administração anterior tinha conhecido, sim. Eles diziam que não tinha dinheiro para fazer a manutenção do prédio”, afirmou.

Já o prefeito Miguel Coelho mostrou, através de fotografias, a situação da estrutura da Central de Transportes, do Restaurante Popular, e da Secretaria de Desenvolvimento Urbano (antiga Secretaria da Cidade). Ele justificou a convocação da imprensa. “Nós não estamos querendo criar desculpas ou justificativas para qualquer ação que tomaremos. A gente precisa deixar claro para população como nos foi entregue”, explicou.

Sobre a questão da prefeitura, Miguel informou que um arquiteto já foi chamado e ele dará um parecer sobre a estrutura do local. O Corpo de Bombeiros também fará uma vistoria no prédio, para elaborar um parecer sobre o que precisa ser feito. “A prefeitura não pode fechar, estamos acelerando”, comentou o prefeito. Ele disse, ainda, que a Central de Transportes deve continuar funcionando, pois é essencial para o funcionamento das demandas municipais. Com relação ao Restaurante Popular, ele informou que o espaço será cercado para reforma, mas ainda precisa ser feita uma licitação.

Dívidas

Questionado sobre dívidas que a gestão anterior teria deixado, Miguel disse que ainda não tem o valor total, mas que já passa de R$ 45 milhões. “Ainda é muito cedo pra gente levantar [o valor final], mas já passa de 45 milhões de reais, fora os empréstimos”, afirmou. “Todas as partes juridicamente que tiverem ações e atos que possam acometer responsabilidade da gestão antiga, vamos acionar o jurídico, porque a população precisa saber quem cometeu esses atos”, pontuou o socialista.

O novo gestor ainda garantiu o pagamento dos funcionários da educação e deu um prazo para os trabalhadores do setor de saúde. “Da educação, a gente já vai está pagando hoje uma parte; a saúde é um acordo com o Sindsemp, é pagar este mês. Estamos tirando dinheiro de janeiro para cobrir dezembro, e a gente deixou isso muito claro para o sindicato”, pontuou. Ele ainda garantiu que “a folha de janeiro vai ser paga em dia, mas com dificuldade.”

A Secretária de Administração, Lucivane Lima, detalhou a situação dos servidores municipais que  não receberam o décimo terceiro salário. “Esses profissionais estão gozando de suas férias, porém, sem recursos. Só os comissionados receberam, mas os servidores não foram contemplados com pagamentos. Lembrando que a Secretaria de Saúde recebeu integralmente seus recursos normalmente em dezembro, mas o servidor não foi priorizado. Nas demais secretarias da administração direta – excluindo educação e saúde – todos os servidores estão sem o décimo terceiro também. A folha do décimo terceiro não foi gerada. É uma conta muito alta, é um problema muito sério, pois precisa ser refeito todo um planejamento. Mas nós estamos focados em resolver o problema”, finalizou. Fica o espaço para alguma explicação do ex-prefeito Julio Lossio.