Depois de fazer história ao derrotar o leque de forças lideradas pelo ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, sagrando-se prefeito de Petrolina por dois mandatos (2008 e 2012), Julio Lossio (PMDB) encerrou seu ciclo no Executivo Municipal no último domingo (1), após transmitir o cargo ao seu sucessor, Miguel Coelho. Sorridente, Lossio conseguiu queimar a língua de quem achava que ele não comparecesse à cerimônia. E não só isso. Numa rápida entrevista à imprensa, garantiu não levar nenhum ressentimento político durante os oito anos em que comandou a prefeitura. Nem mesmo quando chegou a ser afastado temporariamente por abuso de poder, numa ação movida pelo PSB local.

“Aquilo (a tentativa de cassação) faz parte. Tanto eu quanto Fernando (Bezerra Coelho nos deixamos influenciar por uma opinião ou sugestão de alguém, e isso às vezes acaba provocando uma zona de atrito maior. Mas eu penso que Petrolina é uma cidade muito republicana, de homens públicos de muita grandeza, e não cabe ressentimento. Tenho até uma oração que diz: ‘as mágoas que tive Deus cura no meu coração’. E não sou homem de guardar mágoas”, declarou.

Sobre seu ciclo na prefeitura, Lossio destacou obras na habitação, pavimentação, saneamento, cobertura de feiras e quadras poliesportivas e, sobretudo, as AMES e o Nova Semente. Em relação a este último, Lossio destacou melhorias significativas em indicadores sociais. “As desigualdades diminuíram porque a mulher pôde trabalhar, a qualidade da alimentação das crianças melhorou. O Nova Semente foi a melhor ideia que tive. A história vai falar”, completou.

Sobre seu sucessor, Lossio destacou que Miguel terá condições mais adequadas de trabalho do que ele, por contar com uma gama de forças políticas ao seu lado. Disse também esperar que ele faça uma boa administração. “Petrolina precisa continuar crescendo. Eu vivo e trabalho aqui, meus filhos moram aqui. Eu vou voltar para a oftalmologia e preciso ter pacientes”, brincou. No momento, o agora ex-prefeito prepara-se para aperfeiçoar seus estudos na Inglaterra, onde também deve realizar palestras sobre o Nova Semente, carro-chefe de sua administração.