Criticados pelo vereador Paraíba (PMDB) por conta de um seminário realizado na noite da última quarta-feira (20) na igreja do bairro Dom Avelar, zona norte de Petrolina, com o intuito de discutir as demandas das comunidades da área, os líderes comunitários Rogério Silva (de preto) e Elieide da Silva não deixaram barato.

Ao Blog, os dois atribuíram a atitude de Paraíba a um “ato de desespero” do vereador, o qual se disse “discriminado” no evento porque teria sido “impedido” de mostrar as ações dele e da prefeitura para a comunidade. Segundo Elieide, Paraíba tentou “quebrar as regras” do encontro, que já haviam sido pré-definidas juntamente com a pastoral social da igreja (onde o seminário foi realizado).

Ela explicou que após a abertura do seminário, feita pela atual presidente da Feamupe, Socorro Neto, ficou definido que cada líder comunitário presente ao evento falaria por dois minutos – mesmo tempo aberto à comunidade. Já as autoridades teriam direito a quatro minutos. Paraíba, no entanto, falou por 15 minutos, e ainda pediu mais seis para mostrar ações sociais de uma empresa que atua no bairro, trazida por ele.

Elieide afirma que chamou a atenção do vereador para o tempo, já que se passavam das 22h30 e os comunitários presentes ao evento precisavam ir para casa. Mas, segundo ela, Paraíba não aceitou a justificativa e abandonou o seminário. “Alertamos sobre o tempo de cada autoridade, e não somente o dele. Uma assessora dele ainda pediu para que o vereador ficasse, mas ele não quis. Não sei por que ele se estressou”, relatou a líder do Dom Avelar.

Conotação política

Ela rechaçou ainda os comentários de Paraíba, de que os organizadores do evento estariam “antecipando a campanha de 2016”, insinuando que poderiam estar pensando numa candidatura a vereador – o que foi reforçado na sessão de ontem pelo colega de Paraíba, Dr.Pérsio Antunes (PMDB). Filiada ao PT, juntamente com Rogério, Elieide mandou um recado para dos dois vereadores. “Não sou simpatizante do PT, sou filiada do PT, assim como eles são do PMDB. Não sou candidata, apenas estamos mostrando a realidade (do bairro). Mas se fosse, esse é um direito meu”, declarou Elieide. Em relação á atitude de Paraíba, ela completou: “ele já não me representava nessa Câmara, e agora é que não me representa mais”.

No mesmo tom, Rogério descartou que o seminário tivesse qualquer conotação política. Até porque, segundo ele, não foram mostrados no evento apenas fatos negativos, como a questão da criminalidade. Pontos positivos – a exemplo do serviço feito pela prefeitura nos arredores da AME a fim de evitar alagamentos de chuvas, limpeza de avenidas e da lagoa, além de iluminação pública e da conclusão do saneamento – também foram destacados. “Agradecemos aos secretários e aos vereadores pelas indicações, inclusive a ele”, justificou.

Sobre questões político-partidárias abordadas por Paraíba na polêmica, Rogério deixou claro “não querer medir forças com ninguém”, mas se tiver a intenção de ser candidato, com apoio dos seus amigos, esse é um direito que lhe assiste. “Para entrar na Câmara não precisa de concurso público. São 19 vagas, e vai aumentar. Mas não sei se 10% dos atuais vereadores vão voltar”, alfinetou.

Rogério voltou a bater forte em Paraíba. “Sou um cidadão de bem, respeitado porque respeito a todos. Aprendi a agradecer as pessoas desde pequeno. Pago meus impostos em dia, não respondo a processo em justiça, nem nunca fui preso”, finalizou.