Leitor critica empresa gestora do HU em relação a concurso para Hospital das Clínicas no Paraná

por Carlos Britto // 11 de outubro de 2015 às 17:27

Foto: reprodução

medicinaO leitor Hadel Rachid Daher Júnior enviou este artigo ao Blog, criticando o jogo de ‘empurra’ entre a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) e o Hospital da Universidade Federal do Paraná (CHC-UFPR), em relação ao concurso público para o preenchimento de vagas na unidade. Detalhe: A EBSERH é a mesma que administra o Hospital Universitário (HU) da Univasf.

Confiram:

Sou técnico em radiologia médica, fui aprovado em 2º lugar para provimento de cargo, da mesma área de atuação, no concurso público da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), edital nº 04/2015, destinado ao Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná (CHC-UFPR).

Até agora foram convocados neste concurso 418 colaboradores, dentre eles 199 médicos especialistas, 118 profissionais de enfermagem (81 técnicos e 37 enfermeiros) e dois administrativos.  Sendo que o restante dos aprovados terá que aguardar convocações a partir de fevereiro de 2016, porém sem previsões.

A universidade emitiu nota que para o próximo ano, há uma expectativa de incorporar uma média de 40 a 60 novos colaboradores por mês, até chegar a um total de 1.775 funcionários. Fazendo-se as contas, seriam 2 (dois) anos para terminar a lista de convocação.

Sabe-se que existe o problema da contratação dos funcionários terceirizados, contratados por meio da Fundação FUNPAR, lotados no Hospital do CHC, estão em desacordo com o Tribunal de Contas da União (TCU), ou seja, os recursos oriundos da educação, como também da pesquisa, da UFPR são para pagar funcionários da FUNPAR. Portanto, entende-se que é uma questão de política entre o Reitor da Universidade e a empresa EBSERH. Enquanto não se resolve a questão dos terceirizados, não poderá contratar o pessoal que fará a substituição por meio da EBSERH, principalmente a área técnica.

Sempre que há concurso público da EBSERH, as contratações são rápidas, diminuindo a taxa de desemprego no Brasil.

O problema maior é que não existe previsão para a contratação do restante, ou seja, maioria que tentou o concurso está desempregada. Entende-se que desempregar os funcionários da FUNPAR para empregar outros é um problema sério no país.

No meu caso, tive que obter empréstimos ao Banco Bradesco para custear despesas como: inscrição, curso temporário, passagem de ônibus (ida e volta) de um estado para outro, hotel, condução e alimentação. E também tenho que cuidar de uma mãe idosa e doente. Ora, se não há uma previsão de contratação por causa dos funcionários terceirizados contratados pela FUNPAR, que fazem o Hospital funcionar, então porque houve concurso público para cargos que, na visão do Reitor ou da EBSERH, não são importantes para o Hospital?

Parece que apenas médicos e enfermeiros, que além das cirurgias, vão fazer funcionar todo um aparato tecnológico sem ajuda de técnicos profissionais, tais como aparelhos de Raios X, Tomografia, Densitometria Óssea, Ressonância Magnética, Escopia Digital, enfim, todos voltados ao diagnóstico médico.

Quando se pede uma explicação à ouvidoria da EBSERH referente a essa situação que não vão chamar os concursados restantes, ela simplesmente se omite e não responde; também não dá explicações nem se dá ao luxo de ser uma empresa democrática.

Portanto, sem nós da área técnica, principalmente radiologia, somos os olhos dos médicos. Visto que “sem” a nossa presença, estes profissionais “paranormais” serão um bando de cegos, não enxergariam doença alguma, seja ela em qualquer modalidade de diagnóstico por imagem.

Pelo jeito, na minha visão, será mais uma enrolação ou fraude em concursos públicos no Brasil. Enquanto isso, nós trabalhadores honestos, ficamos desempregados, graças a esse governo federal, e graças ao Reitor desta Universidade.

Att,

Hadel Rachid Daher Júnior/Leitor

Leitor critica empresa gestora do HU em relação a concurso para Hospital das Clínicas no Paraná

  1. Luciane disse:

    Pois é Hadel, estou aprovada no mesmo cargo, em quarto lugar, e só vejo descaso. Em meio a crise essa era minha esperança para ao menos pagar as contas, mas cada edital que sai me pergunto o porquê de divulgar 11 vagas para não haver convocação de nenhum técnico de radiologia.

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