Jovens de escolas públicas de Petrolina se encantam com espetáculo de dança contemporânea

por Carlos Britto // 25 de outubro de 2018 às 21:58

Foto: Fernando Pereira/Abajur Soluções Audiovisuais

O Teatro Dona Amélia tem lotado de jovens durante as tardes desta semana, desde a terça-feira (23), quando começou temporada para a rede pública de ensino do projeto  ‘Chão: a escola em uma volta às raízes’. São estudantes que foram convidados para assistir ao espetáculo da Cia. Balançarte, que cumpre temporada no espaço. O projeto segue até o próximo dia 31 (quarta) e deve levar mais de 4.800 pessoas para o teatro. Detalhe: a maioria assiste pela primeira vez a uma obra de dança contemporânea.

‘Chão’ propõe na cena discussões sobre identidade e pertencimento, partindo de vivências da equipe com os povos originários para a criação. A estudante Iris Rodrigues, do 1° ano E da Escola Marechal Antônio Alves Filho (Emaaf), participou da sessão da tarde no primeiro dia e disse que achou “super legal”. Foi a primeira vez dela no teatro e pretende voltar. “A escola devia vir mais, porque é interessante”, comentou.

O professor de literatura, Júnior Carvalho, que acompanhou uma média de 150 alunos, concorda que as escolas devem explorar mais as linguagens artísticas e o espaço do teatro. “A gente precisa aproximar isso da escola. Hoje o estudante da escola pública precisa de um conteúdo que ele não vai encontrar na internet e na televisão. A obra se torna importante porque tem uma carga cultural e política muito forte, é uma narrativa que encontra tudo que a gente vem trabalhando em sala de aula“, afirma.

Após assistir ao espetáculo, todos são convidados para uma conversa com o historiador Antônio Carvalho, que atua como professor debatedor no projeto. Ele inicia um diálogo onde aborda assuntos como a construção social em torno da figura do índio e faz os jovens pensarem sobre os povos originários.

É interessantíssimo que os estudantes tenham a oportunidade de participar de momentos como esse, pois proporciona a eles experiências estéticas. Também pelo mote das questões que o espetáculo traz, porque as questões indígenas ainda são marginalizadas na construção dos nossos currículos. Nós temos pouco falado sobre isso na educação. Que momentos como esse sejam um gatilho para que os professores discutam com os alunos o que foi visto“, pontuou.

Sessões abertas

Além das apresentações que atendem esse público e continuam duas vezes ao dia até o 31, o projeto também garante apresentações gratuitas para a comunidade aos sábados e domingos. No sábado (27) e domingo (28) haverá sessões às 20h, com abertura da bilheteria uma hora antes para distribuição dos ingressos. Para saber mais sobre a iniciativa e o espetáculo, é só acessar a página da Cia. Balançarte no Facebook. (Fonte: Agência Virabólica)

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