Frente Parlamentar em Defesa da Chesf será criada na Câmara dos Deputados

por Carlos Britto // 24 de agosto de 2017 às 19:00

Lago de Sobradinho, no norte da Bahia. (Foto: Divulgação)

A novela envolvendo a possível privatização da Companhia hidroelétrica do São Francisco (Chesf), que faz parte do pacote da venda da Eletrobras à iniciativa privada, proposto pelo governo federal, já começa a ter desdobramentos. O deputado federal Danilo Cabral (PSB-PE) conseguiu recolher assinaturas necessárias para a criação da Frente Parlamentar em Defesa da Chesf na Câmara dos Deputados.

A Frente será instalada na próxima terça-feira (29), com a escolha da coordenação executiva, que será composta por um representante de cada estado do Nordeste, sob a presidência do próprio Danilo.

Na reunião será aprovado o plano de trabalho que vai orientar as ações do colegiado. Segundo o deputado, uma das primeiras iniciativas será uma visita à Chesf, em Pernambuco.  Além disso, serão agendados seminários para discussões técnicas, reuniões com representantes do governo federal e audiências públicas nos nove estados do Nordeste para tratar sobre o assunto.

Danilo Cabral ressalta que o Rio São Francisco, além da geração de energia, tem sua água usada para agricultura e consumo humano. Em Pernambuco, por exemplo, ele abastece 30 municípios e assegura a atividades da fruticultura irrigada do Vale do São Francisco, em Petrolina. Com o projeto Integração do São Francisco, a partir da obra de transposição do rio, mais de 12 millhões de pessoas em 390 municípios nordestinos, além das 294 comunidades rurais às margens dos canais, dependerão dele para o consumo de água. “Como podemos entregar a gestão do rio para a iniciativa privada?”, questiona o parlamentar.

Equívoco”

Quando o governo federal, através do Ministério da Ciência e Tecnologia, anunciou que pretende privatizar a Eletrobras, composta por 13 subsidiárias (incluindo a Chesf), houve uma forte reação de parte da bancada do PSB na Câmara. No mesmo dia, Danilo começou a colher assinaturas – são necessárias 198 – para a criação da Frente. Historicamente, o partido sempre defendeu que o Estado fosse o condutor da política nacional de energia. “É um equívoco passar para as mãos da iniciativa privada a geração e distribuição de energia”, destaca Danilo. O deputado acrescenta que o Governo Temer não conta com a aprovação da sociedade e que não deveria apresentar pautas tão reformistas sem um amplo debate. As informações são da assessoria do deputado. (Foto/arquivo)

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