Evitando polemizar, secretária diz que nota do coordenador de programa de residentes em Petrolina “foi precipitada”

por Carlos Britto // 01 de maio de 2017 às 17:36

Mesmo querendo encerrar definitivamente a polêmica da semana passada em relação ao Programa de Residência de Medicina de Família e Comunidade (PRMFC), desenvolvido em Petrolina em parceria entre município e Universidade Federal do vale do São Francisco (Univasf), a atual secretária de Saúde, Magnilde Albuquerque, considerou “precipitada” a atitude do coordenador do programa, o médico Flávio Arcângelis.

Ao contrário do que ele havia afirmado à imprensa, Magnilde ressaltou que jamais houve intenção, da parte do prefeito Miguel Coelho, em reduzir o número de residentes que atendem à Atenção Básica, por meio do PRMFC, acompanhados de seus preceptores. A secretária ressaltou que após ela e sua equipe serem apresentadas ao programa, propôs a Miguel uma ampliação desses residentes.

“Eles nos apresentaram o programa, e a gente entendeu que era muito importante para o município porque iria ajudar a população a ser atendida por profissionais qualificados e voltados para a estratégia da saúde da família. Então levei a Miguel. A gente discutiu e conversou sobre a proposta de aumentar o número de residência médica. E a gente conseguiu aprovar em março um projeto de lei na Câmara de Vereadores, aumentando em mais dez vagas, de 16 para 26, o número de residentes”, assegurou.

De acordo com Magnilde, o detalhe é que até o ano anterior (ainda no Governo Julio Lossio), os residentes que atuavam nas AMEs tinham como preceptores médicos dessas unidades. “No modelo novo que eles nos apresentaram, já não eram mais médicos dessas equipes. Os preceptores seriam médicos que estariam acompanhando todos os residentes dentro das equipes. E aí nossa única solicitação foi para ver de que forma legal isso poderia ser instituído. Não teve nenhum desacordo, nenhum desentendimento”, afirmou a secretária, dizendo ter ficado “triste” com a celeuma criada.

Contestação

Magnilde também contestou o fato de o coordenador do PRMFC ter justificado obstáculos por parte da atual gestão para atendê-lo. Ela garante que o médico foi “muito bem atendido” assim que ela assumiu a pasta. Em outra ocasião Arcângelis foi recebido por uma procuradora e uma técnica da equipe, em relação ao problema jurídico dos preceptores, e ambas repassaram todas as informações levantadas na ocasião à secretária. “Depois disso ele nos procurou sem agendar antes. Aí eu não estava na Secretaria. Infelizmente eu não estou à disposição a qualquer momento, porque tenho outras agendas”, explicou.

Na última quinta (27/04), quando Magnilde conseguiu marcar uma reunião com o reitor Julianeli Tolentino – que só não foi agendada antes devido a uma série de compromissos de Julianeli – a nota foi solta pelo coordenador à imprensa local.

“Estávamos resolvendo um problema jurídico, porque sou ordenadora de despesas e tenho de fazer as aplicações financeiras e pagamentos de forma legal. Eu estava dependendo dessa definição jurídica para resolver alguns problemas internos. Mas os residentes já estão nas AMEs, já estão nas unidades de saúde. O que me entristeceu foi ele soltar a nota sabendo que ia ter a reunião, e me entristeceu mais ainda por ele dizer que a reunião só houve porque ele soltou a nota, quando na própria nota ele coloca que a reunião estava marcada para o dia 27”, declarou Magnilde. Ela evitou especular, no entanto, se o fato teria cunho político.

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