Em Serra Talhada, rodízio no abastecimento d’água é ampliado por causa da estiagem

por Carlos Britto // 07 de janeiro de 2016 às 17:41

barragem serra talhada

Em Serra Talhada (PE), no Sertão do Pajeú, a falta de chuvas em novembro e dezembro do ano passado, aliado ao sexto ano de seca, levou a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) a alterar o calendário de abastecimento d’água a fim de preservar os mananciais de recursos hídricos do município e evitar um colapso.

Segundo informou a assessoria da Compesa, em virtude do baixo nível da barragem de Cachoeira II, que se encontra com apenas 12,8% da sua capacidade, o rodízio no abastecimento será ampliado a partir do dia 12 deste mês. O gerente Regional do Pajeú, Luciano Freitas, justifica que a ausência de chuvas e as previsões pouco otimistas para este ano levaram a Companhia a tomar a decisão.

Hoje, Serra Talhada tem um calendário de seis dias com água e um dia sem. Com a alteração do revezamento, o município ficará um dia a mais sem água, passando para o regime de dois dias sem água e cinco dias com. A Compesa dividiu o município em três setores de abastecimento, de forma que toda a cidade consiga receber o líquido de forma equitativa.

“Tínhamos esperança de chuvas nestes dois últimos meses, fato que não aconteceu. Assim, mesmo economizando o manancial Cachoeira II, a vazão da barragem foi reduzida e preferimos ampliar o calendário e garantir água para a cidade por mais tempo”, observou o gerente.

Apac

Além do Cachoeira II, Serra Talhada é atendida pela Adutora do Pajeú, que recebe água do Rio São Francisco, abastecendo ainda os municípios de Calumbi, Flores, Carnaíba, Quixaba, Afogados da Ingazeira, Tabira. Atualmente realiza testes para abastecimento das cidades de Tuparetama e São José do Egito, fazendo um percurso de 300 km até essas cidades.

Segundo a Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC), caso não chova, é provável que o manancial atinja o volume morto em julho de 2016. “Estamos passando pela maior estiagem dos últimos 50 anos no Sertão, o que tem dificultado o armazenamento de água em toda região do Pajeú. Em 2014 ocorreram precipitações na bacia hidrográfica do Pajeú que recarregou o Cachoeira II em 40%. De lá pra cá só pancadas leves de chuvas, o que nos deixam em sinal de alerta”, concluiu Freitas.

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