Em carta pública, professora solta o verbo contra gestão da Secretaria de Educação de Juazeiro

por Carlos Britto // 28 de julho de 2017 às 17:02

Foto: Ascom PMJ

Em carta pública enviada a este Blog, a professora Quercia de Oliveira Cruz, que é concursada da rede municipal de Juazeiro e trabalha numa escola na zona rural, solta o verbo contra a gestão da Secretaria de Educação. Segundo ela, há mais de cinco meses deu entrada numa solicitação de direitos no RH da Secretaria e até o momento não teria tido êxito no seu pedido. Ela conta que estabeleceu contato direto com o setor, mas diz ter sido “desrespeitada e desdenhada publicamente pelo funcionário que deveria dar andamento” ao seu processo.

Acompanhe a carta, na íntegra:

Senhora Secretária,

Sou servidora pública municipal, professora concursada, vinculada à Secretaria de Educação – SEDUC e lotada no interior, Angico, desde fevereiro de 2013. No dia 14 de fevereiro do corrente ano, mesmo dia no qual, em jornada pedagógica, a senhora prometia que o diálogo seria a tônica de sua gestão, dei entrada, no RH da SEDUC e através dos mecanismos exigidos pela administração, a uma solicitação de direitos.

Desde então, já contabilizamos mais de 5 meses, tenho, das mais diversas formas, tentado tomar ciência da decisão proferida. Assim, num primeiro momento, estabeleci contato direto com o setor para o qual minha solicitação havia sido encaminhada. Ao funcionalismo público se exige, entre outros, eficiência, eficácia, urbanidade e publicidade. Estas, contudo, não foram as características que encontrei na minha empreitada! Fui desrespeitada e desdenhada publicamente pelo funcionário que deveria dar andamento ao meu processo nesta repartição. Limitei-me, assim, a consultas no balcão, que sempre resultaram em respostas lacônicas.

A senhora, com um pequeno esforço, pode imaginar o quão desgastante é, para alguém que trabalha no interior do nosso município, que sai de casa às 6 horas da manhã e só retorna às 18:30h, retirar seu único dia de folga na semana para, inutilmente, buscar uma simples resposta. É, Kafka já havia anunciado a inacessibilidade do Estado e suas instâncias. “Não é da nossa incumbência darmos-lhe explicações. Volte para o seu quarto e aguarde. O processo já está a correr, o senhor será informado de tudo na devida altura”.

Diante do desgaste e das frequentes crises de ansiedade que me acometem quando me imagino, mais uma vez, percorrendo as instâncias burocráticas da instituição a qual a senhora está à frente, instituí uma advogada para me representar. Pensei, pois, que os instrumentos que a ciência da advocacia ofertam fossem suficientes para o acesso a uma, repito, simples resposta.

Enganei-me. Mesmo aparentando já haver um parecer, minha advogada não consegue ser atendida pelos funcionários da SEDUC. Há trabalho interno, há trabalho externo, há pingue e pongue sobre o local no qual a informação pode ser obtida e, aparentemente, como me disse o funcionário desta instituição há alguns meses, há uma porção de coisas “mais importantes” do que a minha solicitação para se dar andamento. Desta forma, venho a público e, com a ajuda da imprensa, solicitar uma simples resposta e acesso a todos documentos.

Respeitosamente,

Quercia de Oliveira Cruz
Juazeiro-BA, 28 de julho de 2017.

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