Em carta lida por advogado, Dilma se diz “vítima de complô” e faz apelo a senadores

por Carlos Britto // 07 de julho de 2016 às 06:40

carta dilmaNa parte final de seu depoimento por escrito lido hoje (6) pelo advogado José Eduardo Cardozo na Comissão Processante do Impeachment do Senado, a presidente afastada Dilma Rousseff reafirmou sua inocência sobre as acusações que motivaram o processo que pode resultar na perda definitiva de seu mandato.

Dilma ressaltou que, desde a abertura do processo pelo presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), “as razões reais e a finalidade” do impeachment são claras. “Várias forças políticas, viam e continuam a ver, a minha postura de não intervir ou de não obstar as investigações realizadas pela operação Lava Jato, como algo que colocava em risco setores da classe política brasileira.”

A petista se disse alvo de um complô ao lembrar a conversa entre o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, que resultou na saída de Jucá do comando do Ministério do Planejamento dias depois de ter sido nomeado pelo presidente interino, Michel Temer.

“Como disse um dos líderes mais importantes do governo interino, o senador Romero Jucá, era preciso me destituir da Presidência da República para que, enfim, fosse possível um acordo que esvaziasse as operações policiais contra a corrupção e fosse estancada a ‘sangria’ resultante dessas investigações. Várias outras declarações de integrantes do grupo que apoia ou está hoje no governo confirmaram esta revelação: era preciso me derrubar para ter uma chance de escapar da ação da Justiça”, citou.

Dilma acrescentou que a estes setores se somaram os que, desde o resultado eleitoral de 2014, não reconheceram a derrota nas urnas.

Apelo

Dilma Rousseff concluiu sua defesa com um apelo aos senadores, a quem pediu que reflitam sobre o impeachment com absoluta isenção. “Peço que reflitam, com absoluta isenção, sobre a história do nosso país e sobre o que representará para a nossa jovem democracia a cassação de um mandato presidencial realizada nestas circunstâncias e por estes motivos. Manifesto minha sincera confiança na compreensão das senadoras e dos senadores que, mesmo sendo de oposição ao meu governo, estejam abertos a considerar meus argumentos. Espero que muitos estejam dispostos a agir com isenção. Basta que se analise este processo para que se saiba que não cometi as irregularidades que são atribuídas a mim. As provas são evidentes e demonstram cabalmente que agi de boa-fé, pelo bem do país e do nosso povo – e sempre dentro da lei.”

Nas últimas linhas da defesa, a presidente afastada voltou a criticar o Michel Temer e o acusou de traição e mentira.

Próxima reunião

A próxima reunião da Comissão Processante do Impeachment será para apresentação do relatório do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), no dia 2 de agosto ao meio-dia. Na ocasião, o parecer será lido na comissão, para discussão no dia seguinte e votação no dia 4 de agosto.

Antes disso, de hoje (7) a 12 de julho a acusação enviará as alegações finais ao colegiado. Entre os dias 13 e 27 de julho, caberá à defesa apresentar os argumentos finais. A partir daí até 1º de agosto, o relator poderá elaborar seu parecer sobre o caso. (fonte: Agência Brasil)

Em carta lida por advogado, Dilma se diz “vítima de complô” e faz apelo a senadores

  1. Maria do Socorro - a legítima disse:

    Lava Jato é uma coisa, e o impeachment democrático é outra. Errou, cai fora, O povo já manifestou sua vontade e a Justiça mostrou o crime de responsabilidade fiscal. É só questão de tempo. Fora corruPTos.

  2. Jose Francisco da Silva disse:

    Não dá mais para voltar; ou o Brasil se livra da presidente Dima. ora afastada;ou fica desmoralizado; a continuação da Dilma; leva o pais; ao buraco; mesmo que ela queira; não tem como fortalecer a economia brasileira; ninguém mais acredita nela; a única opção é livra-se dele; e as poucos dos petistas

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


Últimos Comentários