Em artigo, comunitária desabafa sobre mau atendimento no Hospital Universitário: “falta de humanidade”

por Carlos Britto // 19 de abril de 2015 às 19:27

Hospital UniversitárioMais uma denúncia contra o Hospital Universitário (HU) de Petrolina chega ao Blog. Desta vez, a reclamação é da comunitária Cynthia Cordeiro, que decidiu escrever um artigo para relatar sua insatisfação com a unidade. Ela narra todo o sofrimento de uma paciente que precisou de atendimento no HU e questiona os juramentos feitos pelos profissionais de saúde.

Acompanhem:

Há mais de três semanas, uma paciente com câncer foi internada no Hospital Universitário (Antigo Traumas) e, incrivelmente, o descaso para com a senhora Irene Diniz de Souza extrapolou os limites devido à total falta de humanidade por parte dos responsáveis do referido hospital, assim como do próprio corpo médico que ali presta serviços.

Todos conhecemos a frase: “Enquanto houver vida, existe esperança!” mas não é assim que funciona no mais importante hospital público de Petrolina-PE. Para a paciente citada, tudo que dependia desse hospital tornou-se um verdadeiro suplício e, para prosseguir com o tratamento, fazia-se necessário uma ressonância magnética. E como conseguir realizar esse exame é uma das situações mais envergonhantes de relatar, pois a administração comunicou que estava marcado o dito exame, porém não era verdade e a paciente passou horas de jejum, complicando ainda mais o seu estado de saúde. E quando tudo parecia marcado novamente, o que aconteceu? A ambulância estava quebrada.

A família da paciente Irene Diniz de Souza implorou para que o exame fosse realizado e se propôs a pagar uma ambulância particular para fazer o translado, mas não permitiram. E mais uma vez a paciente passou outro dia em jejum. Finalmente foi realizado o exame, que aconteceu graças à ajuda de uma personalidade política da cidade, que foi humano, e a pedido da patroa da paciente deu uma palavra para que acontecesse tanto o translado como a realização da ressonância magnética, e assim o transtorno acabasse. E, além desse fato, a irmã da paciente foi à Procuradoria, buscou órgãos públicos responsáveis pela saúde da nossa cidade. Enfim, como se já não bastasse o sofrimento da paciente e da família, é preciso mover “céus e terra” para continuar com vida nesse Hospital com tanta fama e que, na realidade, não passa de uma propaganda enganosa, onde os médicos que ali fazem estágio e, principalmente, os formados que fizeram o juramento de Hipócrates, no ato da formatura esquecem do valor que uma vida tem.

Feito o exame, fez-se necessário, após a análise do mesmo pelo corpo médico, iniciar sessões de radioterapia que precisam ser realizadas na nossa capital, Recife e, aí mais uma vez o que aconteceu? Promessas de traslados que nunca aconteciam e, mais uma vez, familiares da paciente vão à procura dos meios de comunicação da cidade, precisam ir em busca da própria polícia para tentar acabar com tamanho descaso com a paciente, que a essa altura já havia perdido até a fala e se encontrava muito debilitada devido aos constantes vômitos de todo e qualquer alimento ingerido por ela; nem sequer tiveram a “ideia” de alimentá-la através de sonda . Como isso é possível em pleno século XXI? Para onde vai o dinheiro dos nossos impostos? E a história de que depois que a Univasf assumiu o Hospital, tudo ficaria melhor? Tudo mentira… Mais uma vez foi preciso acudir a uma ajuda política de Petrolina e, assim, mesmo quando a viagem aconteceu na última terça-feira, quase à meia noite, e que a família pôde sentir certo alívio em saber que finalmente o tratamento teria continuidade, o que aconteceu mais uma vez?

Quando chegam ao Recife, nada estava marcado no Hospital do Câncer. A paciente, no estado debilitado como estava, iria voltar em uma longa viagem novamente. Mas Deus existe, e a diretora do referido Hospital do Câncer compadeceu-se do estado da senhora Irene e permitiu o seu internamento. Mais uma vez comprovado o descaso e a falta de humanidade, então através deste relato peço, ou melhor, imploro à população de Petrolina que não deixem que situações como essa persistam e acabem com as esperanças de muitas pessoas que infelizmente precisam do Hospital Universitário Doutor Washington Antônio de Barros (Antigo traumas). Obrigada pela oportunidade.

Cynthia Cordeiro/Leitora

Em artigo, comunitária desabafa sobre mau atendimento no Hospital Universitário: “falta de humanidade”

  1. galdino disse:

    Pra comprovar a desumanidade do HU é só ficar um instante na recepção do mesmo, já começa com os bancos sujos e sem o encosto, só o ferro nas costas do usuário que precisa esperar pra fazer a ficha, triagem e por fim ser atendido.
    Outro dia presenciei uma mãe chegar com seu filho (9a10 anos) com fratura no braço, onde ela e um funcionário de pizzaria (deu caroba/socorro)seguravam tentando alinhar a fratura usando as 4 mãos, isso enquanto fazia a ficha no balcão, depois para sala triagem e por fim para outra sala, que provável para realmente ser examinada. Todo esse tempo a criança gritando de dor e não apareceu ninguém do hospital com experiencia e imobilizar de forma adequada o braço daquela criança, já outros acidentados de trânsito, gritando de dor, outro perdendo sangue e deixando poças de sangue no salão da recepção de atendimento, todos aguardando a triagem e depois aguardar aparecer medico para atender, achei um absurdo!

  2. Leo Bezerra disse:

    Infelizmente é isso, o brasileiro quem paga caro político so pensa em ganhar eleição tá pouco se importa com a população, esse hospital tá um descaso já presenciei várias vezes tec de infermagem tratando mau os pacientes, médicos pouco compromissados com a vida.

  3. Apenas observo disse:

    ”administração comunicou que estava marcado o dito exame porém, não era verdade” – não foi o corpo médico do HU

    ”A ambulância estava quebrada.” – também não foi culpa do corpo médico do HU.

    ” a ajuda de uma personalidade política da cidade que, foi humano e a pedido da patroa da paciente deu uma palavra para que acontecesse tanto o translado como a realização da ressonância magnética e assim o transtorno acabasse.” – Céus, sem palavras pra descrever esse absurdo.

    ”onde os médicos que ali fazem estágio e principalmente os formados que fizeram o juramento de Hipócrates, no ato da formatura esquecem do valor que uma vida tem.” – Então a culpa é realmente dos médicos?

    ”iniciar sessões de radioterapia que, precisam ser realizadas na nossa capital, Recife e, aí mais uma vez o que aconteceu? Promessas de traslados que nunca aconteciam e, mais uma vez familiares da paciente vão a procura dos meios de comunicação da cidade” – Lógico, pois é o médico que vai dirigir a ambulância.

    ”nada estava marcado no Hospital do Câncer, a paciente no estado debilitado como estava iria voltar em uma longa viagem novamente”

    O texto de forma auto-explicativa demonstra que a culpa não é dos médicos, e sim do sistema como um todo, da burocracia envolvida, da falta de recursos e estrutura do hospital, portanto, os senhores deveriam lançar vossas cóleras contra aqueles que vocês elegeram, e não contra um prestador de serviço em específico.
    Sem mais.

    1. Lucy Souza disse:

      Não existe dúvida que a carapuça serviu para você! Médicos, burocracia fazem parte do sistema… A falta de interesse com o próximo é evidente no Hospital Universitário e em todos os setores públicos. Mas, quando não se pretende ajudar a mudar porque talvez nunca tenha passado por situação parecida, que tal guardar suas opiniões e julgamentos para si?

    2. Karol Amorim disse:

      Caro comentárista e “acima do bem e do mal” do Apenas observo (ou Eduardo Moreira), acompanhei toda a trajetória da dita Irene Diniz, pois sou filha dela. Venho por meio dessa humilde forma de defesa para com o texto escrito acima, que primeiramente o sistema e o corpo médico do HU caminham junto sim, portanto se a admistração falha obviamente os médicos também compromentem seu desempenho e ainda mais os pacientes. Isso se chama controle de demanda. Coisa que sinceramente o Hospital Universitário precisa aprender, por que ou esse hospital fecha ou o único apelo é ter fé em Deus. Num certo dia passei uma tarde inteira com ela e presenciei uma técnica “batendo boca” com a acompanhante de outra paciente, pelo simples fato de ela queria que a acompanhante fizesse o trabalho dela, alegando que estava ocupada demais. Isso é um absurdo! Hoje a minha mãe está no Hospital do Câncer em Recife, graças a Deus e a diretora de lá, é clara a eficiência.
      Mas olha, tenho que concordar com você que a culpa é também da política e complemento com a pouca vergonha, porque o HU se move através de camaradagem, e o problema do bendito sistema desenrola que é uma beleza. E mais senhor, o mundo ainda tá cheio de pessoas que pensam como você! E não te culpo porque no mínimo nunca precisou utilizar do sistema de saúde publico. Quem sabe é quem passa e necessita desse meio. Obrigada.

  4. Maria disse:

    LEMBRETE : Nossos estudantes de medicina na região, por gentileza sejam mais humildes e para aqueles que já estão atendendo em postos de saúde nos bairros, por favor olhem para o paciente e se tocar no mesmo a doença com certeza não irá lhe contaminar.

    OBS.: È sabido do sistema como um todo que não funciona em nosso país, mas se vê em hospitais públicos e particulares que há médicos tão insensíveis, como se o coração fosse uma pedra. Passa uma imagem de que só preocupa com dinheiro, trocar logo de carro, ter um apartamento na Orla, etc.

  5. Lucy Souza disse:

    Juramento de Hipócrates
    “Eu juro, por Apolo médico, por Esculápio, Hígia e Panacea, e tomo por testemunhas todos os deuses e todas as deusas, cumprir, segundo meu poder e minha razão, a promessa que se segue:

    Estimar, tanto quanto a meus pais, aquele que me ensinou esta arte; fazer vida comum e, se necessário for, com ele partilhar meus bens; ter seus filhos por meus próprios irmãos; ensinar-lhes esta arte, se eles tiverem necessidade de aprendê-la, sem remuneração e nem compromisso escrito; fazer participar dos preceitos, das lições e de todo o resto do ensino, meus filhos, os de meu mestre e os discípulos inscritos segundo os regulamentos da profissão, porém, só a estes.

    Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém.

    A ninguém darei por comprazer, nem remédio mortal nem um conselho que induza a perda. Do mesmo modo não darei a nenhuma mulher uma substãncia abortiva.

    Conservarei imaculada minha vida e minha arte.

    Não praticarei a talha, mesmo sobre um calculoso confirmado; deixarei essa operação aos práticos que disso cuidam.

    Em toda casa, aí entrarei para o bem dos doentes, mantendo-me longe de todo o dano voluntário e de toda a sedução, sobretudo dos prazeres do amor, com as mulheres ou com os homens livres ou escravizados.

    Àquilo que no exercício ou fora do exercício da profissão e no convívio da sociedade, eu tiver visto ou ouvido, que não seja preciso divulgar, eu conservarei inteiramente secreto.

    Se eu cumprir este juramento com fidelidade, que me seja dado gozar felizmente da vida e da minha profissão, honrado para sempre entre os homens; se eu dele me afastar ou infringir, o contrário aconteça.”

    É um lindo juramento… Lástima que o capitalismo, a ânsia por bens materiais crie um véu sobre ele!

  6. Clara Costa disse:

    É um completo absurdo!!
    Outro dia eu estava na sala de recepção para visitar um parente. E enquanto esperava , vi uma mulher entrar em desespero porque um daqueles rapazes não queriam deixar entrar (não sei bem o motivo) e nisso ela disse ” vocês sai assim porque não tem nenhum parente internado aqui ” e isso me chamou a atenção e concordei totalmente com ela !

  7. Ernandes P araujo disse:

    É assim mesmo o que essa comunitaria esta falando do hospital,cada palavra que disse.eu assino embaixo,,É vardade sim!

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