Crise climática e potencial do bioma Caatinga serão destaques hoje em um colóquio da CNPq e UNB

por Carlos Britto // 11 de novembro de 2019 às 13:31

Foto: Divulgação

Enquanto uns veem crise, outros veem oportunidades. É que o 1º Sistema Agrovoltaico no país, com alta capacidade produtiva o ano inteiro, independente da quadra chuvosa, foi desenvolvido pela rede nacional de pesquisadores no semiárido do Brasil (Ecolume), liderada pelo Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA). O protótipo, instalado em uma pequena área de 24 metros quadrados (m²) em Ibimirim (PE), Sertão do Moxotó, já produz R$ 10 mil anuais em alimentos e energia elétrica a partir do sol – valor três vezes maior que a tradicional produção de milho e feijão no local.

A coordenadora da Ecolume, a climatologista Francis Lacerda, foi convidada para abordar sobre a tecnologia durante um colóquio no Instituto de Ciências Sociais da Uneb em Juazeiro (BA) nesta segunda-feira (11), às 16h30. “A crise climática precisa ser encarada também como uma oportunidade desde que levada em conta a sua grave ameaça para a vida que demanda a urgência na mudança de paradigma do modelo socioeconômico”, realça a estudiosa, que coordena o Laboratório de Mudanças do Clima do IPA.

Para Fábio Larotonda, diretor do Programa de Desenvolvimento Científico do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação (MCTIC), a rede Ecolume vem implantando soluções inovadoras frente os desafios globais, atento ao clima e a partir da rica biodiversidade brasileira e a sua correta exploração bioeconômica através do sistema agrovoltaico na Caatinga. O órgão é um dos financiadores da Ecolume.

Francis conta que o sistema produz o ano todo energia solar, alimento vegetal, mudas de plantas nativas para o reflorestamento e proteína animais através de um sistema fotovoltaico,  hídrico fechado e orgânico. O sistema agrovoltaico, criado pelo Ecolume, engloba três subsistemas: as placas fotovoltaicas para a geração de energia elétrica e a captação de água da chuva; a produção orgânica de alimentação vegetal e animal por tubos e tranques (aquaponia) através de irrigação circular e fechada; e o reuso e reutilização da água usada em outras áreas da propriedade.

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