O segundo escalão que apequena Petrolina e o Sertão
O governador de Pernambuco Paulo Câmara (PSB) confirmou os nomes dos integrantes que estarão no segundo escalão da sua equipe. Entre eles, como este Blog já adiantou, o ex-deputado estadual Odacy Amorim (PT)
Odacy vai comandar a Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária (IPA). Mas quem pensa que o cargo merece comemoração deveria pensar direito. Petrolina e o Sertão continuam sem protagonismo no Governo Paulo Câmara e o cargo de segundo escalão não faz jus ao que a região esperava.
Homem do Interior e conhecedor da área de agricultura, Odacy não teve força ou reconhecimento e viu a Secretaria de Desenvolvimento Agrário de Pernambuco, pasta que engloba as vinculadas IPA, Iterpe, ProRural, Adagro e Ceasa ser entregue ao litorâneo Dilson Peixoto.
Dilson não parece ter qualquer conhecimento ou expertise na área para assumir a pasta. Bastou apenas ser o homem de confiança do senador Humberto Costa, que manda no PT do Estado.
Não se tem uma única notícia que o atual secretário tenha participado de um trabalho de cisterna, barragem, cacimba ou que entenda o que é uma casa no mato, sem nenhum bico de luz. Ainda assim os aliados do governador no Sertão só têm força para jogar no segundo time. Ou nem isso.
Ainda assim, a atuação do IPA no Sertão precisa melhorar muito para que os sertanejos possam começar a chamar de “ruim”. A falta de apoio e até de carros pipas revelam o abandono e desdém para uma gente que precisa e não tem apoio. Ainda assim, o cargo pode ser muito bom para levantar o nome de Odacy por essas bandas. Mas caso não tenha apoio, pode ter entrado em uma fria monumental.
Política em ‘banho-maria’
Em Curaçá, no norte da Bahia, a política está em ‘banho-maria’. Pouco se houve falar do prefeito Pedro Oliveira (PSC), muito menos do Legislativo Municipal. O fato é que a turma na cidade vai ter que se mexer, visto que o ano vigente é pré-eleitoral e todos vão querer procurar os seus.
Carlinhos volta?
Por falar em Curaçá e nas eleições de 2020, uma pergunta não cala na cidade: o ex-prefeito Carlinhos Brandão ainda tem fôlego para enfrentar uma disputa pela chefia do Governo Municipal? Depois de tantos escândalos envolvendo sua gestão, será que ele ainda tem tanta representatividade na cidade? O que se comenta é que muitos eleitores ainda estão na bronca com Carlinhos em relação às últimas eleições municipais, pois o mesmo sabia que não teria os votos computados e não colocou uma pessoa de sua confiança para concorrer.
Vai ou não vai pra reeleição?
Em Juazeiro (BA), a situação embaraçosa criada pelo ex-prefeito Isaac Carvalho (PCdoB), que ganhou mas não levou na disputa por uma vaga à Câmara dos Deputados nas últimas eleições, deixa uma interrogação no ar. O afilhado político de Isaac, Paulo Bomfim (PCdoB), tem o direito legítimo de disputar a reeleição em 2020, mas nos bastidores políticos da cidade especula-se se ele estará mesmo nessa disputa, caso Isaac não se torne inelegível por conta da Lei da Ficha Limpa, pela qual foi impedido de assumir o mandato de deputado.
Detalhe: Odacy só assumirá essa pasta pra não ficar na ociosidade, pois não conseguiu se eleger deputado federal. Ou seja, não foi uma indicação originalmente do governo em um gesto ao sertão. Do contrário, talvez fosse outro alguém da capital.
A verdade é que há muito tempo o governo estadual vira as costas pro povo sertanejo. É a sensação que eu tenho.
Quem apequenou Petrolina foi o prefeito e sua turma, para apoiar um presidente que tem ficha corrida na polícia, mas para isso romperam com o governador que eles mesmos ajudaram a eleger.
Se, após 4 anos de esquecimento do sertão pernambucano, na primeira gestão do atual governador, tratando a maior cidade da região, Petrolina, a pão e água, o senhor Paulo Câmara ainda assim conseguiu expressiva votação na localidade para sua reeleição; qual o sentido então de privilegiar a região ou os seus representantes, se ele já sabe que não precisa fazer nada pra ter o apoio desse povo? A cabeça de um político não funciona da mesma forma que de um cidadão comum. A despeito do que aparece nas propagandas, sentimentos como gratidão, consideração, amor à terra, nem de longe encontram guarida nos corações de pedra dessas pessoas. Tudo o que importa pra eles são as estratégias e variáveis do complexo jogo pelo poder; e se com pouco, tem-se o apoio de uma parcela da população, pra quê então dá o muito? Talvez se o governador tivesse perdido aqui, provavelmente ele fizesse mais pela região, para que assim o projeto de poder do partido ao qual ele pertence ganhasse robustez no longo prazo; mas como isso não aconteceu, que nos contentemos com as migalhas oferecidas!