Artigo: Leitora rebate críticas de internautas sobre bairro Areia Branca

por Carlos Britto // 18 de abril de 2015 às 21:33

rua ingazeira areia brancaAborrecida por justificar que foi mal interpretada num recente artigo que escreveu ao Blog, a leitora Mariza Novaes rebateu todas as críticas.

Confiram:

Somos todos Areia Branca, eu também”

Como professora de Português, quero dizer que há o letrado e o alfabetizado funcional.

Foi pelo teor dos comentários que me fez levar a discussão à tona e, para tanto, explicar a diferença entre estes dois tipos de leitores.

Aos que teceram comentários sem querer ofender ou elogiando o texto, e não a mim, sãos os letrados: leram nas entrelinhas, compreenderam a intencionalidade do texto e têm leitura de mundo, visto que eu não tive a intenção de denegrir ninguém, muito menos o bairro de Areia Branca. Aos que não sabem ler, quero deixar bem claro que o texto, segundo Bakthin, “Pai da Linguística Moderna”, estudioso russo, “todo texto tem uma função social”. E meu artigo mostrou isso, o despertar para um assunto que é necessário levar ao debate, o qual ocorreu.

No entanto, os iletrados (sem cultura) ou alfabetizados funcionais (o que decodifica e não compreende) procuraram atingir a minha pessoa com bobagens, ao desferir pensamentos de pessoas. Ratificando: sem leitura.

Que propriedade moral tem alguém que se intitula “Doidão”? Ficou assim de tanto ouvir o barulho do som que sai de seu próprio lar? Eu tenho a forte impressão de quem seja, somente pelo codinome. Para mim, esta pessoa não pode ser levada a sério.

Pois bem, o meu intuito foi de levar à reflexão de moradores, visitantes e comerciantes. Mostrar que moramos em um bairro famoso, como citei a Wikipédia, porém creio que os ignorantes desconhecem que isto é um site da Internet, referência em informação, como fui “tachada” de “coroa”, o (a) jovem ou adolescente desconhece o que é uma enciclopédia. Pelo visto nunca pegou um livro para ler.

Concordo também com quem disse que os tempos são outros. É verdade, mas educação vem de casa, tenho dois filhos, sei que existe uma infinidade de ritmos, porém eles (meus filhos) cresceram ouvindo música, não mania passageira, como diz o poeta, assim como criei à base de muito diálogo. Em minha casa não se escuta “barulho”, que tem apenas o intuito de fazer apologia ao consumo de bebidas etílicas, sexo irresponsável, desrespeito aos valores morais (o que é imutável), assim como as letras que desrespeitam a mulher, a família ou provoca o sentimento de desrespeito de qualquer natureza.

Quanto a dizer que não tenho o que fazer, gostaria de dizer que fui aprovada em dois concursos, portanto legalmente tenho dois empregos, sou professora da rede estadual de Pernambuco há 22 anos e sou também professora da rede municipal de Petrolina há 10 anos. Lembrando que pela Constituição Federal professor e médico podem acumular empregos públicos, desde que não ultrapassem as horas permitidas, por isso ainda tenho um tempinho para ler o blog no intuito de ficar atualizada com os assuntos da vida.

Quero esclarecer que:

1. Citei o ano de 1978 porque foi quando meu pai recebeu a casa, mais um erro de interpretação;

2.Sou professora e “POETA”. O termo poetisa caiu em desuso devido à igualdade de gêneros;

3.Concordo com quem falou de outros países. Passei 3 meses na Europa, conheci 5 países e voltei mais triste ainda com a má educação das pessoas;

4. Chamei o bairro de “Mundo”, isso foi um elogio. Aqui tem tudo, não precisamos ir ao Centro; Precisamos ser respeitados pelos órgãos (Compesa), por quem faz a coleta de lixo, pelos comerciantes que se acham dono das calçadas e canteiros, pela Vigilância Sanitária para orientar e multar quem não cumpre com o manuseio do preparo dos alimentos por parte de alguns donos de bares ou restaurantes;

5. Respeitar o limite de uso do som, que a Promotoria do Meio Ambiente fiscalize. Ter hora pra acabar e ter uma multa alta pra quem usa paredão a qualquer hora ou em qualquer rua, afinal foi designado um local para tal prática.

6. Nem o cemitério tem sossego, uma vez que o do Centro é barulho de carros e comércio, da mesma forma o “Campo da Paz”, onde há uma avenida lateral cheia de bares, mas a senhora que me aconselhou pode me adiantar, morra e mande me chamar numa sessão espírita pra me falar se conseguiu o sossego.

Finalizo dizendo que tenho tentado vender minha casa. Ela é de esquina, tem um ponto comercial e uma residência na parte de trás, saída independente. Caso alguém se interesse, poste um comentário.

PS: dá pra financiar pela CEF e pagar com os dois aluguéis. Aceito trocar…

Se realmente tiver interesse, posso dar o e-mail a quem se manifestar interesse no comentário.

Obrigada.

Mariza Novaes/Leitora

Artigo: Leitora rebate críticas de internautas sobre bairro Areia Branca

  1. Diana disse:

    Parabéns, perfeito texto, concordo com cada virgula!

  2. josehilton disse:

    A melhor saída seria a mudança no nome do bairro de Areia Branca para Cabaré de Branca.

  3. Álvaro disse:

    Perfeito. Parabéns.

  4. Gilson Alves disse:

    Um texto culto e espirituoso, escrito por alguém (que não conheço) mas que, certamente, desfruta da intimidade rara da gramática.

  5. rui2 disse:

    o povo desse bairro devia agradecer todos os dias ,pois o bairro de tudo tem, gastronomia, feira ,comercio . agora que eu pessoalmente não gostaria de morar no referido,pois a poluição sonora,as motos com seu motores roncando verdadeiramente um bairro sem lei,onde tudo pode onde é proibido o silencio, e a cidadania.

  6. Neide disse:

    Quer trocar em uma casa no Ipsep perto do Quati?
    Podemos negociar.

  7. cidadã disse:

    Concordo plenamente.

  8. Jorgilson disse:

    “Os sábios aprendem com os erros dos outros, os tolos com os próprios erros e os idiotas não aprendem nunca.” (provérbio chinês).

  9. Maria disse:

    Mais uma vez parabéns!!!! As pessoas tem que se educarem realmente. Não adianta falar de educação de outros países, se admirar, achar lindo, mas não aplica o exemplo.A Professora Mariza está corretíssima.
    A falta de educação é tamanha que na pracinha da Igreja Nossa Senhora da Conceição hoje, é garagem particular e extensão dos quintais das casas, onde poderiam juntos solicitar à Prefeitura uma reforma, deixando-a agradável para toda a comunidade, mas infelizmente, mal olham para o umbigo e acham que o espaço é uma extensão de suas casas.

  10. Nana disse:

    Texto bem escrito, gostaria de ter lido o texto inicial que causou a discussão, se puderem postem link por favor.
    Sobre a Areia Branca, realmente hoje é sem dúvida um dos melhores bairros de Petrolinda, ótima infraestrutura, comércios, restaurantes, porém com tanta urbanização hoje sofre as consequências.

  11. José Armando disse:

    beleza de texto.

  12. Jeronimo Neto disse:

    Professora parabéns pelo texto. Não te conheço mas ja te admiro pela forma que se expressou. A Areia Branca é um ponto turístico de Petrolina, muito conhecido e divulgado internacionalmente pelo bodódromo, ruas ornamentadas no São João e outros pontos de lazer, contudo precisa de uma maior ação do poder público para organizar e melhorar ainda mais o ambiente. Quanto a educação das pessoas considero que enquanto musicas do nível “muriçoca soca soca” fizerem sucesso estaremos no caos”, difícil de resolver e vai demorar muito pra mudar essa situação!

  13. pessoa comum disse:

    Petrolina inteira, PRECISA DE RESPEITO. Mas está cada vez mais difícil, porque muita gente esquece que existem outra pessoas no mundo em que vivem, ou será que vivem em outro mundo? Já morei neste bairro na época em que os barraquinhos de lanche da avenida estavam iniciando e que ainda nem se sonhava com bodódromo, mas hoje não tenho a minima intenção de morar neste local, a vantagem tem que ser grande, apenas por tudo isso que a professora escreveu.
    Não que onde eu moro seja melhor, pois também sou vitima de tudo isso, mas porque parece que lá é ainda pior. Como disse o comentário a cima, não sei se falta muito, pro bairro receber o nome de cabaré de branca. Infelizmente.

  14. Mariza Novaes disse:

    Obrigada a todos que comentaram. Eu precisava esclarecer os pontos porque as críticas ao primeiro textos ao meu ver, foram injustas.

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