Artigo do leitor: O gol é apenas um detalhe

por Carlos Britto // 28 de maio de 2015 às 21:10

jose-maria-marin-cbf-21022013-antonio-lacerda-efe-300Neste artigo, o radialista Marcelo Damasceno faz uma ‘radiografia’ realista do nosso (pobre) futebol.

Confiram:

O Gol que a CBF entende é outro. Outro detalhe.

Em Petrolina vamos, torcedores numa desgraçada quarentena sem estádio decente. O único objetivo hoje em torno do Estádio Paulo de Souza Coelho é vendê-lo a terceiros, transformar a área nobilíssima em rentáveis condomínios de luxo e empurrar a escassa plateia de torcedores do nada para uma gleba  “socada além-periferia, disputando com urubus o lixão da amargura”, resume um respeitado ex-dirigente de futebol em nossa terra do outrora e que descansa em paz, Petrolina Futebol Clube.

Uma cidade que entre os anos 1960 a 1990 vivera tão bons e emocionantes campeonatos. Ainda que fossem de cunho amador. Mas, leia aí, Icasa, Vitória de Salvador, Central, Santa Cruz, Náutico e Sport Recife, Fluminense de Feira e mais clubes que fossem das cidades de porte médio nordestino não saíam daqui com o saco cheio de goleadas.

Era duro transpor a qualidade de bons meias de times como o América, Palmeiras e Caiano. Este último com charme profissional e que encantava os estádios onde fosse.

Sem futebol, sem time, e com um estádio, “cobiçado pela gula imobiliária com disposição e simpatia do governo Julio Lossio (PMDB) não colocar dificuldades no negócio caso apareçam interessados”, revela um vereador da bancada de oposição na atual Legislatura. E não fossem as repetidas manifestações de torcedores ‘esparsos’, o Estádio da “Associação Rural” já seria uma península luxuosa e habitacionalmente ‘correta’.

Petrolina é referência do mundo que gira em torno de sua Fruticultura. E só. O dinheiro que circula entre nós não move uma escolinha de futebol. Os trezentos mil reais compulsoriamente doados a quaisquer agremiações que ousem disputar um Pernambucano de Futebol estão aí a “xavecar” quem tenha coragem de botar um clube na rua. As sedes sociais do Palmeiras, América estão à espera de um desportista ou de um consórcio do bem, que ame futebol e examine as dificuldades atuais, estabeleça um planejamento a médio prazo e aposte no investimento privado. Pois não cabe ao Erário financiar irresponsabilidades fiscais nem praticar indebitamente a má consciência a iludir a credulidade do torcedor que ainda ergue uma bandeira e veste uma camisa difícil de se “achar pra comprar” em Petrolina.

Da noite para o dia, numa cidade que dorme meia-noite por conta dos interesses internos da Rede Globo, que toca seu futebol das quartas-feiras, dez da noite, e nem se lixa pra ninguém. Estádio sem campeonato. Escolinhas a desparecer de vista.  Caiano e Náutico no “formol”, Palmeiras e América em comportadas noites de Seresta. Vamos seguindo “cegamente” o atônito comando da Confederação Brasileira de Futebol, que deixa uma copa do mundo humilhada em sete a zero de inconsciência profissional para as páginas policiais do FBI, que ” prende e arrebenta”.

Eu sigo você. Me acompanhe.

Marcelo Damasceno/Radialista

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