A pouco mais de um mês para as eleições de outubro, o professor do IF Sertão-PE, Artidônio Araújo Filho, faz um desabafo e um clamor, ao mesmo tempo, alertando os cidadãos petrolinenses a votarem com consciência, em verdadeiros estadistas, e não em vendedores de sonhos que querem apenas se perpetuar no poder.

Confiram:

O Brasil que queremos certamente não é esse que aí está, com tanta injustiça, corrupção, jeitinho, incompetência e bastante enrolação. Falta visão de futuro destes políticos gestores brasileiros, ou visão demais para garantir privilégios. O importante é manter tudo como está, a fim de continuarem com estes desgovernos e manter regalias, arrumadinhos, indicações aos mais diversos cargos de incompetentes e facilitar a corrupção. Não temos um planejamento estratégico, observando o curto, médio e longo prazo, para ser planejamento de Estado, e não de Governo. O importante para nossos políticos é o imediato, uns agrados com dinheiro público e se preparar para próxima eleição.

Precisamos de ações consistentes, planejadas e de longo prazo para o bem do povo. Mas estas exigem seriedade, competência, visão de estadista, buscando medidas de prevenção pela quais é necessário, como a saúde, segurança, educação, meio ambiente e recursos hídricos, transporte, cuidado com as fronteiras, infraestrutura básica. Porém, para que tudo isso possa acontecer, são imprescindíveis respeito, ética, vergonha na cara de todos, definição com seriedade de rumos. No entanto estamos à deriva com tantos políticos, sejam do executivo, legislativo ou judiciário, com visão mesquinha, olhando somente para seu umbigo e dos seus apadrinhados.

Precisamos de estadistas, líderes que pensam e agem para gerar valor para a sociedade, governando com o povo, para o povo e pelo povo, visando a um país justo, desenvolvido socialmente, administrativa e institucionalmente de forma sustentável, harmônico e progressista com muita ordem. Infelizmente não temos esse líder, ou não surgiu devido ao domínio nos partidos políticos das mesmas figuras carimbadas, mandando por anos, algo presente também nas entidades de classe, que, convenhamos, são em número excessivo.

Devemos dar um basta nisso, não permitindo reeleição em qualquer cargo, muito menos nomeações permanentes de ministros do supremo, desembargadores, conselheiros de TCU, TCE. É preciso critérios e méritos, nada de indicação.

Estamos assistindo ao mesmo filme faz décadas, promessas nas diversas campanhas eleitorais, onde sempre aparecem os salvadores da pátria, enrolam o povo, vendem sonhos, se elegem e esquecem tudo que prometeram. Até porque estas promessas são inexequíveis.

O foco dos mesmos políticos sempre se volta para o seu único objetivo: cuidar somente dos seus interesses particulares, da sua família e dos seus apoiadores. O povo que exploda, mas como vem outra eleição daqui a quatro anos, ou dois anos, elaboram uns programas para cativar os menos esclarecidos ou cegos, que ficam maravilhados com as esmolas recebidas com dinheiro público que certamente vão acabar no curto prazo, mas fica a gratidão para continuar votando nestes e permitir que fiquem no poder, indefinidamente.

O povo tem que acordar deste sonho e romper com este sistema podre, corrupto, ineficiente, viciado, gerado pela esperteza dos políticos de carteirinha, sejam eles presidentes, governadores, prefeitos, senadores, deputados, vereadores, juízes, desembargadores, ministros, gestores dos órgãos públicos.

Todos, na sua maioria, sempre indicados para a vaga pelo político eleito, que por sua vez geralmente domina um partido político há muito anos, permitindo que sejam candidatos sempre os mesmos apadrinhados, e assim mantêm a cadeia de nomear os seus amigos, parentes ou amigos de seus apoios eleitorais para algum cargo, sempre por indicação e não por mérito, para o absurdo de tantos cargos públicos com vários incompetentes, preterindo os técnicos competentes de notório saber, que deveriam ser os escolhidos por mérito ao longo de sua carreira profissional, pessoal e funcional.

Vamos mudar o Brasil, fazendo o certo de forma simples e sem salvador da pátria. Este não existe. Basta honestidade, transparência, democracia, respeito, competência, planejamento, simplificação de leis e decretos, menos interferência do Estado na economia, diminuição da máquina pública, novo pacto federativo, menos políticos em todas as esferas públicas com redução drástica das mordomias e vencimentos, reduzir este absurdo de tantos partidos, de entidades de classe, acabar com dono do partido ou da entidade, diminuir impostos e simplificar, reformas políticas, tributária, previdenciária, critérios bem definidos para ter candidatos preparados, merecedores de confiança e competência para poder assumir a gestão dos municípios, dos Estados e do Brasil, com planos de Estado, e não de Governo, para todo o Brasil, nas áreas prioritárias cuidadas obrigatoriamente pelo Estado.

Ou seja; Saúde, Educação, Segurança, Transporte, Recursos hídricos, Esgotamento Sanitário, Fronteiras, Diplomacia, Florestas, Nascentes, Rios, Meio Ambiente, para garantir com o absurdo de impostos cobrados e valores arrecadados dos trabalhadores e empresas a qualidade, presteza, agilidade nos mais diversos serviços públicos oferecidos para o bem e satisfação do povo na qualidade de vida saudável com o desenvolvimento sustentável.

Não existem milagres, nem dificuldades para tornar nossa nação justa, desenvolvida, organizada, democrática, para que tenhamos ordem e progresso. Bastam pessoas competentes e qualificadas sendo creditadas para concorrer a cargos públicos e simplificação de tudo para acabar com esta corrupção que impera no Brasil atual, causada pelos desgovernos, o ajeitadinho, o “toma lá dá cá” com dinheiro público. Os desgovernos existentes são de propósito, para permitir que nos cenários políticos e de poder sejam sempre os mesmos donos de partidos a imperar e dominar.

Pensem nisso. A oportunidade de mudar é agora. Continuam os mesmos sendo candidatos nesta eleição de presidente, governador, senador e deputados. Vamos escolher não o que está na frente das pesquisas, nem meu conhecido, nem aquele que fala bonito ou promete resolver tudo e faz o eleitor sonhar com suas promessas impossíveis de ocorrer. Vamos escolher pelo histórico de vida, pela proposta viável, pela honestidade, pelo mais preparado para ser gestor com as competências adquiridas nas suas formações técnicas. Continuamos vendo o mesmo filme, ou seja, os que ocuparam cargos ou que ocupam na atualidade, os indicados pelos políticos que aí estão ou seus parentes permanecem mandando, mas não são confiáveis, pois querem que tudo continue como está, já que para eles tudo pode e tudo está bom, aumentam salários em 16%, quando inflação é de 4,5%, têm diversas vantagens indevidas como auxílio-moradia, auxílio-transporte, alimentação e tantas outras mordomias e, no entanto, o trabalhador que rala e não tem nenhum serviço público que preste ganha 960 reais por mês e recebe aumento de 2% ou às vezes nada. Porém os encargos e custos de vida como, energia, água, plano de saúde, combustível, alimentos, transporte, impostos tudo sobe acima da inflação e dos nossos vencimentos.

Vamos dar um basta, só depende de nós. A mudança está em nós, não devemos transferir culpa somente para os políticos, somos responsáveis por colocá-los no poder para nos representar e eles têm falhado há muitos anos, por décadas, ficando somente nas promessas de campanha, e quando ganham dão o que estamos acostumados a receber: nada, muita incompetência e mau uso do dinheiro público. No entanto eles continuam enricando com nossa permissão em mantê-los no poder.

Artidônio Araújo Filho/Engenheiro Civil e Professor do IF Sertão-PE