Artigo do leitor: “O auditor e o dilema da (in)segurança pública”

por Carlos Britto // 21 de outubro de 2017 às 18:31

O cenário delicado da segurança pública em Pernambuco mereceu uma análise ponderada do advogado Gilson Alves, que atua em Salgueiro (PE), no Sertão Central:

Boa leitura:

Pernambuco vivencia, já há alguns anos, um período de insegurança pública e violência que parece não ter limites.

Um auditor do Tribunal de Contas, desprovido de qualquer experiência política e/ou administrativa foi, do dia para a noite, transformado em governador graças ao prestígio do falecido Eduardo Campos; no entanto, com a morte do seu padrinho, perdeu totalmente o norte e não soube administrar, nem solucionar, os graves problemas do Estado.

Na verdade, Pernambuco vive um caos do Litoral ao Sertão, sobretudo na área de segurança pública, com a população visivelmente desprotegida e crimes de todos os tipos sendo cometidos à luz do dia.

No Recife, basta andar nas ruas para ser assaltado; nas grandes cidades do Interior, como Caruaru, Petrolina, Serra Talhada e a nossa Salgueiro, a situação também não é diferente, multiplicando-se, assustadoramente, não somente os crimes tentados e consumados contra a vida, mas também os delitos contra o patrimônio, a exemplo dos arrombamentos, furtos e assaltos à mão armada, estes últimos cometidos por celerados a pé ou em motocicletas.

O povo ordeiro e trabalhador, as mães e pais de famílias, a juventude, o cidadão-contribuinte, enfim, a sociedade pernambucana não aceita mais, senhor “auditor-governador”, conviver com esse quadro permanente e vergonhoso de medo, impotência e acefalia governamental.

As forças policiais de Pernambuco têm, sim, condições de combater a criminalidade e reduzir a patamares razoáveis esses números vergonhosos de violência. Mas, para isto, faz-se indispensável uma nova e urgente política de Defesa Social, pela qual se reconheça a falência do “Pacto pela Vida” e na qual a valorização, a remuneração e a estrutura das forças estaduais de segurança sejam tão efetivas e realistas quanto são as metas e produtividades hoje exigidas, apenas, para ilustrar negativamente a dura vida do sofrido povo pernambucano.

Para finalizar, um espirituoso amigo me revelou hoje, em um tom de lamento e ironia, que Pernambuco está “desmoralizando” a república africana do Congo, que mesmo enfrentando uma guerra civil, mata-se lá menos do que aqui, a cujo comentário não tenho como discordar, porquanto, segundo dados divulgados pela própria SDS (Secretaria de Defesa Social), de janeiro até setembro do ano andante (2017), foram contabilizados 4.145 homicídios, dos quais 411 foram perpetrados apenas neste mês próximo passado de setembro.

Que Deus proteja a todos nós, e que 2018 nos presenteie com um governo que, literalmente, salve a “Terra dos Altos Coqueiros”.

Gilson Alves/Advogado – Salgueiro (PE)

Artigo do leitor: “O auditor e o dilema da (in)segurança pública”

  1. CIdadão disse:

    Inexperiente, sem tato, sem tino, sem capacidade governamental, sem capacidade gerencial, sem norte, sem pulso, sem logística, sem habilidade e pior de tudo sem olha para Petrolina.

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