Artigo do leitor: “E nós, para onde vamos?”

por Carlos Britto // 14 de junho de 2018 às 13:33

Juazeiro-BA (Foto: Ascom PMJ/Divulgação)

Desiludido com o cenário político-eleitoral de Juazeiro (BA), o professor Bruno Carvalho conclama a população a refazer a história do município, com o comprometimento de grandes homens públicos que já possuiu.

Confiram:

Há muito tempo tenho contido este grito, tenho me indignado em silêncio, me incomodado na inquietude de minhas ponderações, mas o copo está cheio e não dá mais para engolir. A nossa Juazeiro entrou em processo de diluição moral e política jamais visto em nenhum outro lugar deste resistente país.

Uma câmara de vereadores no qual o papel constitucional é fiscalizar o Executivo, completamente agachada, submissa, subserviente, numa mediocridade de comportamento que escancara uma postura amoral e desavergonhada nunca vista na história. Uma conveniência que resvala no ridículo.

A face dos vereadores de Juazeiro exala deboche, ironia, vergonha.  Como fiscalizar os atos do Executivo, se o Executivo conta com a unanimidade dos fiscais? Se o executivo manda e desmanda no Legislativo Municipal? Em quem a população pode contar para barrar qualquer indício de desmando ou desvio de conduta do Executivo? Vergonha, nobre repórter, é de envergonhar qualquer cidadão que nasceu e cresceu vendo se posicionarem ali, na tribuna impávida do Poder Legislativo Municipal, grandes homens desta terra.

Não há como não se indignar. É uma agressão à cidade. Vereadores rindo em fotos e redes sociais, declarando apoio a um ex-prefeito candidato a deputado, como se aquilo fosse a única missão deles no parlamento. Vergonha, nobre repórter, vergonha. Somos motivos de risos por aí afora. Estudantes de outras cidades que aqui estudam chamam Juazeiro de “a cidade-curral”.

Sindicatos completamente calados, ociosos, obesos das benesses, esqueceram a luta. À exceção de um que ainda resiste, todos os demais fazem parte dos anexos do poder.

Um Executivo Municipal sem nenhum pudor de esconder a identidade de quem realmente manda na prefeitura, um prefeito que se orgulha de não exercer o cargo, de não ser o prefeito, uma prefeitura que se tornou um símbolo de  uma cidade sem altivez, sem políticos de verdade, que mata sua história dia após dia, e escandalizada por transações temerosas, sangrando de vergonha suas artérias. Cidade em que criticar o poder público, em público, significa agredir parte da imprensa de Juazeiro, de artistas e apaniguados que hoje perambulam de cabeça baixa, olhos no chão, mordaças e um ardor imensurável de remorso no peito, por saberem que a cidade esta à beira do abismo.

Tenho dó de ti, Juazeiro. Será que não veem que está tudo errado? Será que não estão enxergando isto? Onde estão os filhos deste solo? Está tudo feio.

Por outro lado, os políticos que se posicionam do lado oposto ao governo municipal e que chamam de oposição, completamente ociosos, indiferentes, que esbravejam seu mentiroso amor somente de 2 em 2 anos, em eleições. Depois esquecem e vão hibernar em suas mansões, à espera de outro pleito eleitoral.

Políticos que se amarram em interesses individuais, querem a vitória sem lutar. Quando se ouviu uma voz de Jorge Khoury, Joseph, Wank, Charles Leão, Suzana Ramos, Jandir, se levantar a favor do povo durante este tempo. Oposição de WhatsApp? Uma oposição politica despreparada, desorganizada, formada de pseudopolíticos medrosos, covardes e sem espírito de luta.

Vamos nos levantar, filhos desta terra. Juazeiro precisa de nós. Vamos limpar toda essa sujeira que está aí, de todos os lados. Cansamos. Vamos  recomeçar do nada. Juazeiro, nossa terra, agradecerá.

Bruno Carvalho/Professor

Artigo do leitor: “E nós, para onde vamos?”

  1. Katherine disse:

    Sou Petrolinense, e tenho Juazeiro no meu coração! Me formei agronôma na Uneb, rodei o mundo e voltei pra nossa região! Sinto e vejo o descaso político em Juazeiro! Juazeiro deve e merece mais!! Espero ainda poder ajudar e usar um pouco do que aprendi em seu benefício!

  2. Peixe disse:

    Colega de profissão. Com essa turma aí do Isac, só expurgado os daqui do poderio efêmero. Eles quer se perpetuar e não valem nada. Se Ferrarao pra uaxeiro voltar ao que era. Terra da alegria.

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