Artigo do leitor: “A ‘guerra’ de espadas não é criminosa”

por Carlos Britto // 22 de junho de 2017 às 14:02

Guerra de Espadas. (Foto: Reprodução)

Em artigo enviado a este Blog, o leitor Márcio Araújo, morador de Senhor do Bonfim, no norte da Bahia, cidade que está reforçando o combate à prática criminosa de ‘guerra’ de espadas, ressalta que a prática não é crime, e sim uma manifestação cultural. O emprego de artefatos explosivos confeccionados sem autorização legal é crime – previsto no art.16, incisos III e V, da Lei Federal nº 10.826/2003 – com pena de reclusão de três a seis anos e multa. O objetivo é inibir a “prática criminosa”, que anualmente acidenta e causa danos à integridade física de diversas pessoas e ao patrimônio público e privado nos locais onde é realizada. Mas segundo Márcio, “são desconhecidas graves ocorrências que vitimem pessoas ou danifiquem o patrimônio.

Acompanhe o artigo completo:

A respeito da possível polêmica sobre a “Guerra de Espadas” em Senhor do Bonfim, é de se indignar que se queira lhe imputar a pecha de “prática criminosa”, pois não o é, e sim uma manifestação cultural, uma tradição dos festejos juninos de uma cidade que os comemora há muitas décadas.

Tal qual a “tomatina” e as “touradas” na Espanha, um dos países mais desenvolvidos da Europa, a “farra do boi” em Santa Catarina, um dos Estados de maior IDH do Brasil, e as Vaquejadas, espalhadas por todo o Nordeste brasileiro, a “Guerra de Espadas”, é uma prática que integra o patrimônio imaterial da comunidade bonfinense e que, como em diversos outros municípios que tem tradição em festejos juninos, os fogos de artifício são plenamente tolerados.

Respeita-se muito as instituições que preservam os direitos e a integridade da sociedade. Espera-se, todavia, que sejam intensificadas ações no sentido que graves ocorrências, como as continuadas explosões de caixas eletrônicos e que tem aterrorizado e prejudicado comunidades inteiras de dezenas de municípios da nossa região, essas sim, sejam coibidas e proibidas. Isso pra ficar no âmbito dos fogos de artifício, ou dos verdadeiros explosivos.

Ademais, em quase 100 anos de comemorações do São João em Bonfim, com a tradicionalíssima guerra de espadas em que muitas famílias participam, são desconhecidas graves ocorrências que vitimem pessoas ou danifiquem o patrimônio, ainda que sejam explosões de barracas de fogos.

Aos que manifestem eventual incômodo durante o curto período do seu acontecimento, esses devem ponderar que o evento é um dos poucos que atraem turistas e movimentam a precária economia do município, gerando-se, assim, oportunidades de aumento de renda para melhores condições de vida. Por outro lado, devem exigir do poder público, maior e melhor organização, mas nunca pleitear pelo seu impedimento.

Dessa forma, espera-se que haja bom senso das autoridades não se tomando decisões que deixem de reconhecer a imaterialidade de certos valores de comunidades, sem abrir mão das exigências de se assegurar à mesma sociedade, o seu direito a segurança, à saúde, mas, sobretudo, em tempos de festejos, ao bem estar e a sua alegria.

Márcio Araújo/Bonfinense

(foto/reprodução)

Artigo do leitor: “A ‘guerra’ de espadas não é criminosa”

  1. Edivan lima disse:

    Sou da cidade de são Felipe e guerra de espada não é crime e cultura tradição só ,arrumar um lugar específico par guerra .

  2. joana disse:

    Parabéns pelo site gostei muito. Beijos

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


Últimos Comentários