Ariano de signo e músico de coração: Maviael Melo mantém-se fiel à arte e à poesia em seu segundo trabalho

por Carlos Britto // 09 de maio de 2018 às 19:39

O músico, poeta e compositor pernambucano Maviael Melo já vive as expectativas para lançar seu segundo trabalho. Passaram-se pouco mais de quatro anos, desde seu rebuscado CD de estreia “Entre a Ponte dos Sonhos”. Agora ele vem com “Áries da Canção”, ainda mais bem elaborado que o primeiro.

Na verdade, não se trata apenas de um mero disco. Nesse novo projeto, Maviael mescla música com leitura ao reunir CD, DVD, vinil, livro e uma revista com letras cifradas das canções. Ao Blog, ele contou que “Áries da Canção” (Áries é o seu signo) originou-se de um show que foi montado em março do ano passado para o Troféu Caymmi, em Salvador (BA), onde reside atualmente.

Inicialmente, segundo ele, a ideia era vir com o CD e DVD. Mas resolveu tirar um “capricho” antigo de fazer também um disco em vinil, após ganhar de presente uma vitrola durante o processo de criação do seu trabalho. O livro veio como sugestão de um amigo dele, em Amargosa (PE). Toda a elaboração da caixa que compõe “Áries da Canção” Maviael fez em casa. A partir daí, veio outra questão pertinente: como fazer o marketing do produto?.

Diante da falta de prioridade dos governantes para a cultura do país, Maviael não esperou por ninguém. Ele mesmo mergulhou fundo para viabilizar seu projeto, que não foi barato. Mas conseguiu. Com uma tiragem de 500 caixas (cada uma a R$ 200,00), o músico vendeu 250 a amigos e empresários próximos. Gente que costuma comprar garrafas de vinho de R$ 1 mil, no final do ano, ou presentear funcionários com souvenires caros, abraçou a ideia do poeta. “Deu para tirar o custo”, diz. A outra cota das caixas é reservada para o merchandising, que inclui a venda dos seus shows e a divulgação junto a parceiros culturais e veículos de comunicação.

Ele aproveitou sua vinda a Petrolina, onde fará o lançamento do segundo trabalho nesta quinta (10), às 20h no Teatro Dona Amélia, no Sesc, para reforçar a divulgação. Participou do 4º Clisertão, correu atrás de outdoors e também de amigos na mídia. Na TV Grande Rio, por exemplo, Maviael emplacou um clipe. Ele admite, porém, que não é só pela amizade. “Eles olham para qualidade do trabalho, não só na parte gráfica como na parte musical, dos arranjos, e veem que vale a pena”, ressalta. Para arcar com as despesas dos músicos que vêm de Salvador para o show de amanhã, Maviael sentiu o mesmo ao vender o novo trabalho para alguns amigos, que ainda ganharam ingressos de cortesia. “É gratificante perceber que eles reconhecem isso também”, afirma.

“Áries da Canção”

Todo o processo de criação – desde a concepção do show, a gravação e a prensagem do disco – durou nove meses. Uma gestação que gerou um ótimo ‘filho’, acredita Maviael. São 18 faixas (sendo 14 músicas e quatro poesias) no CD, e nove no vinil. Ele lembra ter até encontrado certa dificuldade para selecionar o que iria para o “Áries da Canção”, já que chegou a fazer um disco antes desse, o qual acabou não tirando do papel. “Tinha feito músicas há dez anos, que pediram pra entrar (no novo disco). Meu critério é de me enxergar em cada música que faço”, analisa.

Assim como no disco de estreia, Maviael trouxe gente de primeira linha para o “Áries da Canção”. Um dos parceiros é o maestro João Omar (filho do cantor Elomar), que também estará em Petrolina; outro, também maestro, é Marcelo Fonseca, um mineiro que mora em Salvador e cuidou da direção artística, musical e os arranjos do disco. Outros convidados para o show de amanhã serão Maciel Melo (irmão de Maviael), Flávio Leandro – entre outros. Esse show em Petrolina, segundo o músico, acontece exatamente um ano após aquele realizado em Salvador, que deu luz ao novo disco.

Depois de Petrolina, Maviael ainda tem compromissos em Ouricuri (PE), no sábado (12), para prestigiar o documentário de um amigo seu, Caetano Bezerra, que também mora em Salvador e fez a captação de som do DVD de “Áries”. Depois disso, seguirá com outros compromissos pela Bahia. Empolgado, ele não esconde o orgulho pelo projeto. “Ninguém, nos últimos 20 anos, lançou um trabalho com esse formato”, garante.

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