‘Apagão’ atinge 6 milhões de pessoas em 11 estados e Ministério nega que problema ocorreu por causa de alto consumo de energia

por Carlos Britto // 04 de fevereiro de 2014 às 20:48

 

apagaoO secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, descartou nesta terça-feira (4) que a falha registrada mais cedo, e que provocou ‘apagão’ em parte das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, além do Tocantins, no Norte, esteja relacionada com o aumento do consumo de energia nas últimas semanas, provocado pelo calor.

Pouco depois da entrevista, na qual Zimmermann não soube informar o que provocou o problema, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) divulgou em comunicado oficial que o apagão iniciou-se após um curto-circuito numa linha de transmissão localizada no Tocantins.

Ao todo, 11 estados foram atingidos. O diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, calcula que 6 milhões de pessoas foram afetadas pelo apagão. Para isso, ele considerou a média de densidade populacional de todos os estados das regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul, com quatro moradores por residência atingida. Seriam, portanto, 1,5 milhão de unidades consumidoras, de acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico.

O secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia apontou, durante a entrevista coletiva desta terça, que não houve “desligamento descontrolado” e que a interrupção no fornecimento de energia foi provocada por um sistema automático que atua na rede de transmissão de energia elétrica e impede que uma falha cause problemas maiores.

“Aparentemente, o sistema funcionou como deveria funcionar. Poderia ter acontecido [interrupção no fornecimento de energia] como em outros eventos, como quando apagou o Nordeste todo”, disse Zimmermann. Ele se refere ao episódio ocorrido em agosto do ano passado, quando uma queimada em uma fazenda do Piauí atingiu a rede de distribuição de energia e levou à falta de luz em todos os estados da região Nordeste. Na ocasião, a distribuição caiu de 10 mil megawatts para mil megawatts e deixou no escuro por algumas horas boa parte dos municípios nordestinos.

Desabastecimento

No início da entrevista à GloboNews, Zimmermann afirmou que não existe risco de faltar energia no país devido à falta de chuva e queda no nível dos principais reservatórios de hidrelétricas. “Esse aspecto conjuntural agravado [falta de chuva] é um processo que um sistema como o nosso é planejado para lidar”, disse o secretário. Zimmermann disse ainda que o sistema está equilibrado e que “foi planejado para aguentar condições muito piores” do que a atual, de pouca chuva.

O discurso repete o do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, que afirmou na última segunda-feira (3) que é “zero” o risco de faltar energia no país por conta da queda no nível dos reservatórios de hidrelétricas. (Fonte: G1)

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